sábado, 21 de novembro de 2015

Carta de um Ancião da Congregação Cristã no Brasil


Por Onicio Fabri

Este artigo foi escrito por um Ancião da CCB no ano de 2013, e reflete bem uma realidade existente no meio evangélico sobre os "DESVIADOS". Para quem duvida, posso afirmar que conheço o Irmão Ancião, ele reside bem próximo da minha cidade: apenas 70 km, e o conteúdo desta mensagem é verdadeiro... por questões éticas, manterei o nome dele em sigilo.

VEJAM O QUE ELE RELATA:

A Paz de Deus!

Ontem, (domingo, xx/xx/2013), após atender a Reunião da Mocidade no Jd. XXXX, em Hortolândia(SP), uma reunião cheia da presença de Deus, fiquei muito triste ao ver uma irmã que conheço e perguntar do filho de 17 anos e ela me responder que já não quer mais ir à Igreja, com este pensamento comecei a lembrar de uma estatística que a algum tempo eu vi sobre os cristãos:


Trinta milhões de crentes feridos estão esquecidos nas trincheiras.
 
A Igreja talvez seja hoje o único exército do mundo cujos soldados não voltam para buscar seus feridos no campo de batalha. Ao contrário, substitui-os rapidamente no batalhão e segue em frente, esquecendo-se que muitos soldados de valor ficaram à beira da morte pelas trincheiras.


Caso o último Censo do IBGE tivesse incluído questão sobre o numero de “desviados” no Brasil, o resultado seria assustador. Calcula-se que hoje existam no País entre 30 e 40 milhões de “desviados evangélicos e cristãos”. Por “desviados” entenda-se pessoas que um dia tiveram seus nomes no rol de membros de algum grupo cristão ou evangélicos, mas que hoje estão à margem da vida da igreja.

Estas pessoas – cuja boa parte povoa hospícios e presídios ou, “saco às costas”, vagam errantes à beira de estradas – um dia confessaram alegremente a Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor e no outro se viram literalmente jogados na sarjeta espiritual.

Nesse contingente de desviados há casos para todo tipo de pessoas. Do endurecido ao desprezado, do chafurdado na lama pelo engano do pecado ao desesperado para sair dele, mas sem ninguém para estender a mão.


É desta classe de pessoas que quero chamar a atenção da irmandade. De pessoas desesperadas por uma nova chance, mas sem ter a quem recorrer porque, sabem, o único lugar onde encontrariam novamente a paz para suas almas é a igreja, mas ali, pensam, há santos demais para admitir o retorno de um filho pródigo como ele.

Uma igreja de 200 membros.perde outros 200 membros em 10 anos.
 
Na próxima vez em que for a um culto, pare um instante e olhe à sua direita e esquerda. Agora, saiba que daqui a dez anos é possível que a senhora, o jovem sorridente e o austero senhor que estão em bancos próximos a você cantando louvores estejam completamente afastados da Igreja, amargurados com Deus e entristecidos por algum motivo.


Na Congregação, se formos computar os filhos de irmãos que passaram pela Reunião de Jovens e Menores com certeza este número ira triplicar, triste realidade diante de pais preguiçosos de levar e incentivar seus filhos a frequentarem a Reunião de Jovens e Menores domingo pela manhã horário que a mente humana esta mais sensível ao aprendizado, triste realidade diante de ministérios que se preocupam em pregar mais prosperidades do que Cristo nos corações, que prezam mais a quantidade de frequentadores à estas reuniões noturnas que a quantidade de informações absorvidas pelas nossas crianças. (Digo crianças não jovens, Reunião Noturna para jovens é outra coisa).

Falsas profecias levam muitos ao desvio.


Outra causa para o Apartheid espiritual de muitos é a decepção com lideranças. O membro procura alguém para confessar uma fraqueza ou pecado e, em vez de perdão e ajuda para vencer o mal, recebe mais condenação.

As profecias falsas são também causa importante de desvio da fé. Inúmeras pessoas naufragam depois de receber profecias falsas. A pessoa tem o filho doente, por exemplo, e recebe uma “palavra de Deus” de cura. Pouco tempo depois a criança morre. Ela fica desesperada. Ou então ouve que deve se casar com alguém porque é a vontade de Deus. Obediente, casa-se e algum tempo depois percebe que a voz ouvida não era da parte de Deus.

Em vez de se decepcionar com o homem, decepciona-se com Deus e sai da comunhão. E há, claro, o grande número de pessoas que se aproximam de Deus seduzidas por propaganda enganosa, pregações fantasiosas. Chegam porque alguém lhes prometeu prosperidade aqui e agora, mas não percebem as implicações do discipulado a Cristo. Querem as bênçãos do cristianismo, mas nada de porta estreita e caminho apertado.

Querem sair do mundo, mas levar o pecado a reboque. Querem a salvação, mas não querem largar o pecado. Por último, a decepção contra o próprio Deus é causa de afastamento de muitos. A pessoa é uma crente fiel e, de repente, alguém a quem ela ama morre, por exemplo. Nesse caso, se não tiver alicerces firmes em Deus, ela culpa a Deus pelo infortúnio. Age como se Deus tivesse sido ingrato com ela, sempre tão fiel e, portanto, a seus olhos, merecedora de recompensa.

Poucas visitas ao desviado resultam em maior condenação.

Depois que afastam da Igreja, poucos conseguem encontrar lugar de arrependimento. Pior é que se for depender de boa parte da igreja para isso, já terão nas mãos o passaporte para o inferno.

Na pesquisa, entre 60% e 70% dos desviados não recebem qualquer visita de lideres ou membros após sair da Igreja. São simplesmente descartados ou substituídos por outros membros.


O restante dos desviado (entre 40% e 30%) recebe de uma a três visitas, que se revelam infrutíferas, porque na maioria das vezes a visita é de cobrança ou condenação. Em vez de amar o desviado e odiar o pecado, os visitantes lançam ambos na cova profunda do inferno. Jogam pedra, condenam. Decretam o inferno-já para o desviado. É como bater de vara sobre a ferida de alguém... o ferimento e a dor só vão aumentar.

Hospícios e presídios estão lotados de ex-crentes.

Existem três lugares onde sempre vai se encontrar desviados: nos hospícios , nos presídios e na mendicância.

Vá a um hospício e ali você encontrará muita gente internada que recita versos bíblicos e canta canções cristãs. Estas, um dia se afastaram, caíram em pecado e os demônios tomaram conta de sua vida. Ficaram endemoninhadas.


Depois visite um presídio e você encontrará inúmeros Josués, Elias e Samueis. Detentos de nomes bíblicos que demonstram o berço cristão. Ali você começa a conversar com um deles e descobre que é filho de ancião, cooperador, diácono, encarregados, porteiros, irmãs da piedade...

Por último, passe próximo a rodoviárias e estações de trem ou tente conversar com um andarilho de beira de estrada. Pelo menos três entre dez destas pessoas que andam bebendo, errantes, sacos de bugigangas às costas, já participaram de alguma igreja crista ou evangélica. Ali, não raro, você encontra homens que um dia ocuparam solenes púlpitos e pregaram o evangelho. E por que não voltam?

Mais da metade dos que se desviaram tem problemas sérios com o ressentimento e falta de perdão. Não voltam porque não conseguem perdoar, ou não querem perdão ou acham que não merecem perdão.

O peso que está sobre a pessoa fica insuportável, então ela passa a praticar os mais baixos pecados, porque pensa, se já está condenada ao inferno por toda a eternidade, resta aproveitar seus dias na terra.


Irmãos, vou parar por aqui, pois o que estou escrevendo o faço com grande sentimento ao ponto de molhar meu teclado com as lagrimas ao pensar em quantas pessoas estão como as descritas acima.

Tenho certeza que como sempre receberei muitas criticas, mas se conseguir alistar o mínimo de voluntários para esta causa, terão chance de vida muitos soldados esquecidos a beira do caminho.


Assinado: Irmão xxxxxxxx Ancião na cidade de: xxxxxxxx.

Um comentário:

  1. Amados, verdadeira são as palavras deste caro servo de Deus. Deixo aqui as minhas humildes palavras também, pois não fui amparada no pior momento de minha vida e me encontrei novamente no mundo, servindo ao pecado e agora consegui retomar as minhas velhas caminhadas com Cristo. Ainda sofro o desmérito de entrar no céu por parte de alguns, que me ignoram e não me saudam com a paz de Deus, mas ante me dão bom dia e um oi. Me acusam com os olhares e isso me faz sentir como uma verdadeira assassina, me sinto incapaz, fragilizada e nunca me receberam com sorriso no rosto.
    Embora frequentando ainda os cultos, tenho medo. Sei do meu lugar mas também sei que ainda dentro de mim inflama o amor de Cristo, pois o MESMO me visita, me revela e me ensina. Entretanto para não ofender a irmandade e tão pouco trazer confusão, me recolho a minha insignificância aguardando dia após dia o sentimento de liberdade que um dia tive.
    Não escrevo bem como muitos aqui, pois tenho lido algumas postagens, quisera eu ter esse português maravilhoso, minhas palavras são pequenas e meu entendimento simples.
    Sofro as angústias da alma dia a dia, suportando tudo que vem a mim dentro do amor e caridade cristã.
    Quem sabe um dia eu também entrarei na Sião Celestial e verei a face de Cristo e junto com os justos herdade a coroa da vida eterna. Isso eu creio de alma.

    A PAZ DE DEUS!

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