terça-feira, 24 de outubro de 2017

Crucificando novamente o Filho de Deus: a explicação de Hebreus 6:4-6

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Por Mateus de Souza

Olá a todos. Que a Graça e a Paz da parte de Deus e de nosso Senhor Jesus Cristo estejam com todos vocês. Hoje gostaria de explicar uma passagem bíblica à qual muitos dão uma interpretação equivocada, principalmente os membros da denominação a qual faço parte.

Meu foco ao explicar Hebreus 6:4-6 não é fazer uma defesa do calvinismo (embora eu seja calvinista), mas refutar uma crença de muitos de minha denominação: a de que o texto se refere a cristãos que tenham cometido algum pecado sexual.

Muitas pessoas que conheço costumam dizer que, se você é cristão e cair num pecado sexual, está crucificando o Filho de Deus e não há perdão pra você. Ou não deveria (embora não confessem assim). Ou esse perdão poderia ser obtido, mas com grande dificuldade.

Vamos lá. A passagem bíblica diz o seguinte:

"Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, E provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro, E recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério." (Hebreus 6:4-6)


Ao ler este texto, muitos que conheço - sim, muitos, não apenas um ou outro, dizem que o texto se refere aos que pecam sexualmente. "Eles crucificaram o Filho de Deus novamente. É impossível serem renovados para o arrependimento". Sim, com essas mesmas palavras. Ou seja, de tantos pecados que existem - mentira, cobiça, gula, fofoca, orgulho, ódio, embriaguez, ganância e outros - eu nunca os vi dizerem que uma pessoa que caia em algum desses pecados tenha crucificado novamente o Filho de Deus. Mas somente os que caem em imoralidade sexual.


Pois bem, vamos agora explicar o texto e desconstruir essa crença estranha. 

Primeiramente, a quem foi escrita essa carta? Sabemos que foi aos hebreus.

Quem eram esses hebreus? Eram judeus que se converteram (uma minoria em comparação ao tamanho do povo judeu).

Sabemos que nosso Senhor veio do povo judeu, que os primeiros discípulos vieram de lá e que o Evangelho começou a ser propagado lá, por eles. Sabemos também que a nação judaica rejeitou a Cristo. Entretanto, obviamente que nesta nação algumas pessoas creram. Essas pessoas formaram a "primeira" Igreja de Cristo. Depois que nosso Senhor ascendeu aos céus, a Igreja só existia de judeus/hebreus. Ao lermos o livro de Atos dos apóstolos, percebemos que a Igreja teve inicio ali. Portanto, essa epístola aos hebreus foi direcionada àquela igreja, que vivia na nação de Israel, que rejeitou a Cristo.

Vamos entender mais uma coisa. O povo de Israel (que eram os judeus/hebreus) rejeitou a Cristo. Entretanto, continuou com as práticas do Antigo Testamento: sacrifício de animais no Templo, sacerdócio levítico, festas judaicas, purificação etc. Todas aquelas coisas do Velho Testamento.

Você pode ver até aqui, portanto, que em Israel havia dois povos: os cristãos hebreus (uma minoria dentre o povo), e os judeus que rejeitaram a Cristo mas que continuavam com a religião do Antigo Testamento.

Pois bem, o que você pode imaginar que aconteceria? Os cristãos hebreus começaram a ser perseguidos pelo resto do povo, que era a maioria. 

Assim como podemos ver em Atos que a Igreja sofreu perseguição em Jerusalém, ela não parou. A Igreja de Cristo estava sendo duramente perseguida, e os judeus queriam que eles abandonassem a fé em Cristo e voltassem à religião do Antigo Testamento. E alguns cristãos por não suportarem a perseguição abandonaram a Cristo, rejeitaram Ele, e voltaram à religião antiga.

Se você entendeu o que expliquei acima, entenderá o seguinte: a carta aos hebreus foi escrita com um propósito: impedir que os cristãos hebreus abandonassem a Cristo e voltassem à antiga aliança, à antiga religião. Que voltassem ao Antigo Testamento, por assim dizer. O autor dessa epístola (que muitos dizem ter sido Paulo, mas não se sabe ao certo) utiliza argumentos mostrando a superioridade de Cristo em relação aos elementos e pessoas da antiga aliança.

O povo judeu tinha muita admiração por anjos. No capítulo 1 da epístola aos Hebreus é dito que Cristo é superior aos anjos. No capítulo 3 é dito que Cristo é superior a Moisés. No capítulo 4 é dito que Cristo é superior a Josué, e que o descanso oferecido por Cristo é maior que o descanso do Sábado. No capítulo 5 é dito que Cristo é superior aos sumo-sacerdotes. No capítulo 7 ele prossegue falando da superioridade de Cristo em relação aos sumo-sacerdotes. No capítulo 8 ele diz que a nova aliança é superior à primeira. Nos capítulos 9 e 10 ele diz que Cristo é superior a Lei e suas sombras.

Perceberam? O propósito da epístola aos hebreus é impedir que aqueles cristãos abandonassem a Cristo e voltassem à religião antiga, e pra isso o autor da carta vai explicando como Cristo é superior às pessoas e coisas do Antigo Testamento. O propósito, portanto, era evitar o pecado da apostasia, e não outros pecados, embora saibamos que eles devem ser evitados.

Vamos agora falar rapidamente sobre os sacrifícios. O povo judeu sacrificava animais pra propiciação de pecados. O próprio Deus instituiu isso no passado. Entretanto, esses sacrifícios eram apenas sombras do verdadeiro sacrifício que efetivamente tira os pecados e salva: o Sacrifício de Cristo.

Portanto, uma vez que Cristo veio e fez o sacrifício perfeito, voltar a praticar sacrifícios de animais seria abominação. Seria dizer que não cria no sacrifício de Cristo. E era isso que os judeus estavam fazendo. E foi isso que alguns cristãos hebreus passaram a fazer: eles negaram a Cristo, disseram que não criam mais Nele e voltaram a sacrificar animais. Isso é abominação. Isso é crucificar o Filho de Deus novamente. É impossível que essas pessoas sejam renovadas para o arrependimento. Essas pessoas não se arrependem. Elas rejeitam deliberadamente o Salvador. Uma coisa é você cometer imoralidade sexual, mentira, furto, cobiça etc. Você se arrepende, pede perdão a Deus e abandona o pecado. Outra coisa é você abandonar a Cristo e simplesmente dizer que Ele não é Salvador coisa alguma. Quem faz isso ficou com a mente cauterizada. Esse é o pecado advertido em Hebreus 6:4-6. Isso que significa crucificar novamente o Filho de Deus.

Em Hebreus 10:26-29 vemos algo parecido:

"Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?" (Hebreus 10:26-29)


Pecar voluntariamente ali está se referindo ao pecado da apostasia. Ao abandono de Cristo. A voltar a oferecer e confiar em sacrifícios de animais. Por isso ali é dito que "já não resta mais sacrifício pelos pecados". Uma vez que você conhece a Verdade (Cristo é Salvador e Seu Sacrifício salva), e abandona isso, não há esperança pra você. Pois se alguém não crê mais em Cristo e o abandona, simplesmente não há como essa pessoa ser salva, pois o único sacrifício que pode salvar é o de Cristo. Uma vez que alguém rejeita isso, não resta mais sacrifício, mas uma condenação eterna por ter pisado o Filho de Deus e ter profanado o Seu Sangue.

Termino aqui meu texto. Procurei explicar detalhadamente os versículos envolvidos. Crucificar a Cristo de novo é rejeitar a Sua Pessoa e o Seu Sacrifício, voltando a sacrificar animais ou qualquer outra confiança de salvação que não seja no único sacrifício aceito por Deus, a saber, o de Cristo Jesus nosso Senhor. Não se refere ao pecado da mentira, do ódio, orgulho, nem se refere aos pecados sexuais. Aliás, Deus oferece perdão gratuitamente ao cristão que caírem em imoralidade sexual, exigindo que ele se arrependa e abandone essa prática. Em Apocalipse 2, a partir do versículo 18, Jesus manda uma mensagem pra Igreja de Tiatira. Havia ali cristãos que fornicaram com uma mulher, que o Senhor chama de Jezabel. Cristo diz que traria uma tribulação sobre eles, se não se arrependessem. Ele ordena-os aos arrependimento. A mesma coisa ocorreu com o fornicário de Corinto. Paulo o expulsou na primeira epístola pelo fato de que ele estava vivendo em fornicação sem arrependimento algum (1 Coríntios 5), porém, já na segunda epístola, pede para que a Igreja o receba de volta como irmão (2 Coríntios 2).

Não estou aqui dizendo para as pessoas fornicarem e adulterarem. Isso é pecado. E é grave. Mas Deus deixa claramente nas Escrituras que Ele perdoa liberalmente. Que na epístola aos hebreus, crucificar novamente o Filho de Deus é rejeitá-lo, não se referindo aos que cometem pecados sexuais. 

Um abraço a todos!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá

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Por Douglas Pereira da Silva

Boa parte da membresia da Denominação Cristã deste simplório autor e membros do nobre conselho ministerial acredita e até pregam – eu mesmo já presenciei pregações assim – que Deus irá condenar o cristão ao inferno, caso o mesmo macule o seu corpo com pecados de ordem moral.

Baseiam tal ensinamento no verso de I Coríntios 3:17 que diz:

“Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo”.

Na verdade, quem acredita neste ensino esta ligando a ideia de “Templo”, com outro versículo da mesma epístola, em I Coríntios 6.19 que diz:

“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?”.

A pergunta é: Será mesmo que está correto tal ensino?

A resposta é um sonoro, absoluto e irrefutável NÃO!

A passagem de I Coríntios 3:17 não esta falando de crente que caiu em pecado. O apostolo dos gentios sequer menciona isso...

Paulo esta tratando com a Igreja no aspecto coletivo que também é templo e habitação do Espírito Santo. Observe esta perspectiva, muita clara na 2° epístola:

“E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.” (II Coríntios 6:16)

É exatamente a esse aspecto que Paulo está-se referindo.

O alvo da condenação em I Coríntios 3:17, foi dirigida aqueles que estavam instigando a inveja, as contendas e as dissensões na igreja de Corinto. Não se refere a algum membro da igreja que cometeu pecado!

Analisando todo o capítulo 3 de I Coríntios, vemos que a jactância filosófica de alguns era indício de infantilidade espiritual, produzindo facções e com tendências a destruir a igreja de Corinto. Visto que a comunidade de crentes é o santuário de Deus (versículo 16), os causadores da sua divisão (versículos 3,4) a profanam e a destroem, por isso serão destruídos como castigo pelos seus atos de sacrilégio.

Precisamos notar duas coisas. A primeira é que o contexto está falando sobre a igreja e sobre a forma pela qual ela é constituída; não está falando de uma pessoa individual ou de um cristão que caiu em pecado;

A segunda coisa é que neste verso, a palavra usada é VÓS, um plural.

Portanto, se alguém faz alguma coisa para destruir a igreja, essa pessoa está em sério problema. Deus está advertindo que Ele destruirá a pessoa que tenta destruir a sua igreja.

Devemos ter o cuidado para não tirar o versículo de todo o contexto do capítulo 3.

Mas o pior ainda, é criar uma doutrina baseando-se em um versículo isolado de todo o contexto Bíblico! :(

Quanto àquele crente que maculou o seu corpo com algum pecado e sente-se desconfortável por isso, ele deve abandonar a prática do pecado (Provérbios 28:13), desviar-se do caminho mau (II Crônicas 7:14) confessando o seu pecado ao Senhor para obter o perdão (I João 1:9), pois ele é o único que possui autoridade na terra para perdoar pecados (Mateus 9:1-8, Marcos 2:1-12, Lucas 5:17-26).

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O Perdão de Deus

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Por Douglas Pereira da Silva

“Mas nunca devemos pecar. Pois, assim como não existe certeza de condenação, também não existe a garantia do perdão. Procuremos, pois, nos manter na obediência.”

Esta foi a opinião emitida por um nobre irmão ccbeiano, em um dos artigos deste modesto autor.

É evidente que devemos nos manter na obediência, e buscar de Deus a purificação, a santidade e a consagração. O cristão genuinamente convertido terá prazer em proceder desta forma – ainda que pela fraqueza e corrupção de sua natureza terrena, herdeira do pecado de Adão – cometa pecados.

Entretanto dizer que não existe garantia de perdão, é duvidar completamente da palavra de Deus revelada na Sagrada Escritura.

Eis alguns versos que rechaçam a opinião do nosso leitor:

"E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." (2 Crônicas 7:14)

"E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados." (Jeremias 31:34)

"Vinde então, e argui-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã." (Isaías 1:18)

"Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro." (Isaías 43:25).

"Tornará a apiedar-se de nós; sujeitará as nossas iniquidades, e tu lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar." (Miqueias 7:19).

"Eu sararei a sua infidelidade, eu voluntariamente os amarei; porque a minha ira se apartou deles." (Oseias 14:4).

"e como o Oriente está longe do Ocidente, assim ele afasta para longe de nós as nossas transgressões" (Salmo 103:12)

"Prevalecem as iniquidades contra mim; mas as nossas transgressões, tu as perdoarás."(Salmos 65:3)


"Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?" (Hebreus 9:14).

"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça." (1 João 1:9).

No entanto, devemos saber que o perdão de Deus é limitado; o SENHOR tem um limite estabelecido para perdoar os nossos pecados.

Este limite – também revelado na Sagrada Escritura – consiste em não perdoarmos os nossos ofensores!

Quando não perdoamos, Deus também não perdoará os nossos pecados:

"E, quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial perdoe os seus pecados. Mas, “se vocês não perdoarem, também o seu Pai que está nos céus não perdoará os seus pecados. (Marcos 11:25-26).

Uma das mentiras de Satanás é nos levar a pensar que não há esperança, que não há possibilidade de sermos perdoados, curados e restaurados. Ele tentará nos fazer sentir presos à culpa de modo que não mais nos sintamos dignos do perdão de Deus. 

E desde quando somos dignos da graça de Deus? Deus nos amou, perdoou e escolheu para estarmos em Cristo antes da fundação do mundo (Efésios 1:4-6), não por causa de algo que fizemos, mas "a fim de que nós, os que primeiro esperamos em Cristo, sejamos para o louvor da sua glória" (Efésios 1:12). 

Não é possível ir a qualquer lugar onde a graça de Deus não possa alcançar e não podemos afundar tanto que Deus não pode mais nos libertar. Sua graça é maior que todos os nossos pecados. Quer estejamos apenas começando a nos desviar do caminho ou se já estivermos nos afundando e afogando em nosso pecado, a graça está disponível.

domingo, 3 de abril de 2016

Os "pecadinhos" ou faltas


Por Mateus de Souza


Olá a todos. Faz mais de 6 meses que não publico nada em meu blog. Hoje queria escrever um texto baseado numa reflexão que fiz nas palavras de nosso Senhor.

Gostaria de começar com uma suposição. Imagine que Jesus estivesse fisicamente presente com você e outros irmãos. Imagine que Jesus esteja dando um sermão, e este é sobre o fim dos tempos. Imagine que depois de terminar esse sermão profético, Jesus agora alerte contra alguns pecados. Eu pergunto: Contra quais pecados Ele alertaria?

Muitos poderiam dizer: assassinato, imoralidade sexual, furto, idolatria... afinal, existe uma graduação de pecados que é feita de maneira errada. Muitos acabam fixando apenas em abster-se de alguns pecados e esquecem-se de outros. Embora, por exemplo, uma "simples" mentira e um homicídio tenham proporções e castigos diferentes, no entanto esses dois pecados se igualam numa coisa: ambos representam uma ofensa a Deus e os praticantes estão sujeitos à punição, mesmo que em proporção diferente, caso não se arrependam verdadeiramente.

Mas... sobre quais pecados Jesus alertou mesmo? Vamos para Lucas 21. Se vocês lerem o capítulo, verão que Cristo está falando da destruição do templo, de Jerusalém, dos terrores que as pessoas passariam, de desespero, destruição e ruína. Este sermão vai do versículo 5 ao versículo 33. E depois que nosso Senhor termina, adverte os seus discípulos com essas palavras:

"E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia."(Lucas 21:34)

Perceberam? Cristo não alerta sobre imoralidade sexual, homicídio, furto, idolatria. Ele alerta sobre três pecados: glutonaria (gula), embriaguez e os cuidados exagerados desta vida.

Quem hoje em dia fala de glutonaria? Quem prega contra esse pecado? Eu confesso que em 20 anos na Igreja nunca vi algum pregador abordar esses pecados. Aliás, o que vejo muitas vezes são cristãos participando de rodízios de carne e pizza e fazendo apostas pra ver quem come mais. E normalmente o que come mais sai mal do local. Glutonaria é um pecado esquecido. A gula se tornou comum. Muita gente nem sabe que é pecado porque nunca ouviu falar, isso eu posso atestar. Muitas pessoas não sabem e muitas sabem mas negligenciam que a gula é tão grave como a bebedice.

O outro pecado é a embriaguez. É um pecado que, no geral, os cristãos sabem que é e no geral não fazem apostas para verem quem bebe mais. Inclusive muitos até vão ao extremo de considerarem um gole de álcool sendo pecado, sendo que o versículo fala contra a embriaguez. Entretanto, é "difícil" entender por que muitos pregam contra esse pecado porém esquecem da gula.

O terceiro pecado citado por Cristo é sobre os cuidados desta vida. Ora, é natural que procuremos trabalhar, crescer etc. No entanto, existe um risco nisso aí. Devemos saber ponderar bem para que não façamos deste mundo o nosso lar. Para que nosso tempo pra ler e meditar na Palavra, orar, visitar os enfermos e cuidar de nossa família existam. Para que os cuidados desta vida em trabalhos e estudos e outras coisas daqui da terra não façam que negligenciemos as atividades do Reino e a estar à espera da volta de nosso Redentor. Eu confesso ser difícil ouvir algum cristão ou ouvir alguma pregação que exorte sobre o cuidado exagerado das coisas desta vida.

Espero que este pequeno texto desperte os leitores a lembrarem-se dos "pecadinhos" que passam despercebidos e que acordem para uma vida de piedade e devoção mais firme e real.

A CCB finalmente entendeu que não existe pecado "DE" morte


Por Onicio Fabri

AGORA SIM! CONFIRMADO... GLÓRIAS A DEUS.

Olha isso meus irmãos Alceu Figueiredo, Douglas Pereira da Silva, Jonas Plazza, Tomaz Tomaz, meus velhos e queridos companheiros de luta de longa data, tudo que defendemos há dezenas de anos agora se tornou realidade.

Realmente hoje, recebi a informação de uma fonte digna de crédito, que foi elaborado um tópico de ensinamento para o ministério instruindo-os a não mais usar a frase pecado DE morte, pois nas Sagradas Escrituras não está escrito dessa forma. Em I João 5:16 e 17 está escrito sim pecado PARA morte.

Segundo fui informado, o irmão que passou este ensinamento na Assembleia do Brás hoje, 02 de Abril de 2016, exortou que se algum irmão encontrar um pecador ou uma pecadora na rua, não os despreze; abrace-os e ajude-os a se levantar e, se estiver na igreja sentado ao lado de um pecador ou uma pecadora, do mesmo modo não a despreze, saúda-os com amor.

Na exortação da Palavra no momento de passar os ensinamentos o irmão disse ainda que não devemos em hipótese alguma julgar, muito pelo contrário, temos que abraçar pois somente Deus conhece os corações e sabe se o tal pecador ou a pecadora já recebeu ou irá receber de Deus o perdão.

Portanto meus irmãos e irmãs, quem me passou estas informações é um irmão, membro do ministério que estava lá.
...
"Minha alma engrandece ao meu Salvador. O quanto combatemos o que o Espírito Santo deu ao ministério de entender. Louvo ao Senhor pela grande notícia que recebi nesse momento." (Tomaz Tomaz)
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"Glória a Deus, eu tenho certeza que as coisas vão mudar não na velocidade que gostaríamos mas vão mudar." (Mozart Cardoso)
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"Um pequeno avanço. Esperemos que os ouvintes dessa reunião cumpram isso." (Mateus de Souza)
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"Demorou 106 anos para aconhecer uma verdade incontestável, clara e cristalina; muitas almas morreram angustiadas, famílias foram destroçadas, mas doravante muitos encontrarão o caminho da graça e do perdão. O que considero mais importante em tudo isso é que a infalibilidade do púlpito é destronada. Isso é maravilhoso." (Alceu Figueiredo)
...
"Glória a Deus! A noticia é animadora; o Espírito do Senhor iluminou a mente dos nossos irmãos quanto a este assunto. Meu desejo e expectativa é que ensinem o verdadeiro significado e interpretem corretamente o "pecado para morte" - que não tem nada haver com adultério e fornicação. No mais, ainda há muito o que fazer; existem muitos outros jargões que estão completamente divorciados da Sagrada Escritura, e que precisam ser banidas do nosso meio: "pisar no sangue", "estou nesta graça", "o crente somente tem faltas", "a letra mata", "Deus me chamou no santo batismo" etc." (Douglas Pereira da Silva)

sábado, 2 de abril de 2016

O Pródigo que ficou em casa

Por Paul Earnhart

“Ora, o filho mais velho estivera no campo; e quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo” (Lucas 15:25-27).

É aqui que a trama da parábola do filho pródigo engrossa. A localização da história de Jesus torna evidente que independente de quanto é comovente a saga do filho mais novo, o filho mais velho é o verdadeiro foco da parábola. Foi dito como resposta a acusação orgulhosa da elite religiosa judia de que Jesus expôs o seu verdadeiro caráter através da sua companhia—“pecadores” notórios e ladrões.

A sua acusação na verdade fez mais em revelar o seu próprio orgulho hipócrita e sem piedade do que qualquer falha no Senhor, um fato que não era provável que reparassem. E foi da preocupação por eles, não pelos “pecadores” desprezados, que esta grande parábola surgiu - uma história de um filho esbanjador, um pai de coração partido e um irmão que se recusou a se reconciliar com qualquer um deles. Como poderiam não ser tocados por esta história comovente a respeito do amor de um pai por um filho desviado e a sua alegria com a recuperação deste filho? Não eram eles pais também? Não seria isso que eles teriam feito?

O filho mais velho, de início não tem um papel grande na história. Quando seu pai, a pedido de seu irmão, divide os seus pertences, ele simplesmente recebe dois terços da riqueza do seu pai que era, como primogênito, dele de direito (Deuteronômio 21:17).

Se ele compartilhou a dor do seu pai com a partida repentina do seu irmão ou o seu anseio por ele durante a sua ausência, não nos contaram. Ele estava cuidando dos negócios na fazenda. Enquanto o seu irmão tolo estava gastando muito dinheiro numa rebeldia grande, ele era a alma da indústria. Ele era respeitável e responsável. O seu irmão era sem valor, sem perdão. Ele era bom, seu irmão era mal. Em contraste, o irmão mais velho encontrou seu sentido e seu valor. Foi o que tornou seu mundo ordenado e lhe deu sentido.

Mas agora repentinamente acaba toda esta ordem. O seu irmão esbanjador voltou; não para a vergonha, como certamente merecia, mas para música e danças! A raiva do irmão mais velho estava muito forte diante de tal injustiça. Para a sua diligência e fidelidade, não havia tido nenhuma comemoração nem festividades, nem um cabrito! Mas agora para este jovem imoral e sem valor, uma alegria extasiada! Era completamente errado!

O convite do seu pai para que ele entrasse e se juntasse a comemoração, para ele era uma total estupidez. O seu pai era tão tolo quanto seu irmão era um libertino. Era uma violação de tudo que era justo e correto e ele não chegaria perto de tal insanidade. Com sua reação ele não só demonstra o seu desprezo por seu irmão que esteve desviado, mas também pelo seu pai, que sempre havia sido fiel. Para o homem que lhe criou e lhe deu tudo o que possuía não havia nem respeito nem compaixão. A sua auto-justiça orgulhosa (“sem jamais transgredir uma ordem”) e ambição para si mesmo se mostram de forma crua. Era uma cena feia; e era isso que Jesus queria mostrar.

O menino que ficou em casa era tão pródigo quanto seu irmão mais novo. Ele havia vivido todo este tempo comendo as espigas secas da auto-justiça enquanto, como seu pai o lembrou, “tudo o que é meu é teu”. Não era por merecer que ele teria toda esta abundância, mas pelo amor do seu pai. Tudo que ele precisava era ter pedido.

Esta grande parábola é a imagem de duas figuras: Deus na sua grande bondade e misericórdia e o fariseu na sua miserável mesquinhez espiritual. Como o irmão mais velho, o Fariseu não servia a Deus porque O amava mas porque trouxe a ele um sentido incrível de superioridade pessoal. Ele era abjetamente pobre no seu merecimento imaginário quando ele poderia ser rico pela graça de Deus.

Como o irmão mais velho via o seu irmão mais novo os fariseus olhavam com desprezo os “pecadores” socialmente desprezados e jamais viam a sua própria pobreza espiritual. A verdade é que eram, de longe, piores que os publicanos e “pecadores” com os quais acusavam Jesus porque aqueles excluídos frequentemente reconheciam o seu estado pecador - algo de que nenhum Fariseu com respeito próprio seria culpado. Assim, como uma vez Jesus lhes disse, “publicanos e meretrizes vos procedem no reino de Deus” (Mateus 21:31). Porém mesmo assim Deus os ama, e pede a eles que venham para a festa. Que Pai maravilhoso!

domingo, 27 de março de 2016

Pecado "De" Morte: história e sua origem


Por Douglas Pereira da Silva


Há muitos anos que a CCB, por meio de sua cultura escrita e oral, ensina em seus púlpitos – com algumas raras exceções – a doutrina herética e heterodoxa do “pecado DE morte”.

A concepção deste pecado ser o adultério e que não há perdão após o batismo, é advinda do paganismo grego, e dos povos primitivos com seus panteões de deuses que eram cultuados nas religiões politeístas.

Este conceito surgiu no cristianismo durante o 2° século da era cristã, com Montano (+ ou – 150 a 198 d. C.).

Montano era sacerdote do deus Apolo e dos cultos pagãos dedicados aos deuses Átis e Cibele; ele se converteu ao cristianismo e tentou adotar muitas de suas práticas heréticas como doutrina para os cristãos. Mais tarde foi excomungado por heresia pelo papa Vitor, em 198 d.C.

Dentre as heresias que justificaram a sua excomunhão, estão:

a) Afirmava que o Paráclito prometido em João 14.26; 16.7, se encarnara em sua própria pessoa;

b) Apresentava-se como a presença viva do Espírito Santo, afirmando categoricamente, ser ele a revelação perfeita, e ainda, sentia-se a maior autoridade, dizendo estar acima das Escrituras Sagradas;

c) Montano dizia em suas prédicas e homilias: "Vim, não como anjo ou mensageiro, mas como o próprio Deus Pai"; em outras de suas falas, também dizia: "Vede, o homem é como a lira, e eu sou o arco; o homem dorme, e eu velo...".

Após ser excomungado, e sua estranha teologia ter sido condenada pelo Papa Vítor em 198 d.C. fundou um movimento fanático que vivia segundo as revelações proféticas sem fundamentação bíblica; não havia uma exegese e interpretação sólida da Sagrada Escritura.

Suas preleções deixavam apreensivas e oprimidas as pessoas que ouviam suas mensagens fantasiosas sobre o fim do mundo.

Assim surge, então, o montanismo – seita cristã que foi fundada pelo próprio Montano após sua excomunhão.

As ideias e as crenças que foram elaboradas por Montano para doutrinar os seus seguidores, podem ser organizadas pelas seguintes súmulas:

a) Fé incondicionada de seus adeptos, obediência às suas ordens e uma moral rígida, dura, rigorosa, uma prática ascética de jejuns severos;

b) Aconselhamento e encorajamento ao martírio, interdição do matrimonio, especialmente das segundas núpcias;

c) Após o batismo, quem pecasse não poderia esperar novo perdão dos pecados, como o adultério e a apostasia, pois considerava tais pecados "a morte" para seus praticantes (aqui está o pecado de morte ensinado pela CCB);

d) Era proibido severamente, o uso de ornamentos nas mulheres (como uso de maquiagens, brincos, perfumes etc.), a aceitação de cargos públicos era terminantemente proibida. (A CCB também pratica estes ensinos com algumas variações).

No entanto, a boa notícia é que Deus por sua misericórdia, tem iluminado pelo seu Espirito a mente dos nossos irmãos que fazem parte do colegiado ministerial do Brás com relação a esta doutrina, conforme noticiamos no artigo “Pecado"DE" Morte: A decisão deliberada em Reunião da Assembleia Geral no Brás”.

Oremos e Labutemos, para que haja de forma completa um avivamento e uma reforma bíblica entre nossa querida irmandade!

sábado, 26 de março de 2016

Pecado "DE" Morte: A decisão deliberada em Reunião da Assembléia Geral no Brás


Por Onicio Fabri

Desejo manisfestar o meu contentamento por algo que ouvi hoje nas dependências da Igreja antes do culto.

Chequei um pouco adiantado e um irmão do ministério quando me viu, logo se apressou em minha direção e disse: "Irmão Onicio Fabri, hoje ao participar da reunião anual do Brás, ouvimos um ensinamento que será relatado em tópico, de uma parte que o irmão há muito tempo vem tentando extinguir a frase do meio da irmandade e do ministério."

Prezados irmãos e irmãs leitores e seguidores desta página, há muito tempo desde o velho "orkut" nós - Onicio Fabri, Alceu Figueiredo, Jonas Plazza, Tomaz Tomaz, Douglas Pereira da Silva, Agra Josafá, e tantos outros valentes defensores de um Evangelho sem emendas - com a ajuda de Deus e de irmãos e irmãs que nos apoiam. 

Exaustivamente temos combatido a utilização da frase "pecado "DE" morte" por entendermos que ela não está escrito nas Sagradas Escrituras. 

Aliás, existe até uma explanação elaborada por esse fraco servo sobre o tema neste grupo (https://www.facebook.com/groups/historiadaccb/).

Nos Textos Sagrados encontramos sim a frase "pecado "PARA" morte" e se trocarmos a preposição "PARA" pela preposição "DE" dá a frase um sentido diferente.

Esse irmão do ministério me disse que hoje 26 de Março de 2016, saiu um ensinamento no Brás dirigido ao ministério em geral, alertando-os para não usar mais em pregações, ou em qualquer outro local a frase "pecado "DE" morte" pois não está escrito dessa forma na Bíblia.

Como é um tópico de ensinamentos só para o ministério, obviamente não será lido nas Congregações, mas quero crer que os irmãos do ministério utilizará o bom senso para instruir a irmandade nesse sentido.

Certo é meus queridos, que as nossas lutas não foram em vão.
...
Amado irmão Onicio,

A paz de Deus!

O Espirito do Senhor tem despertado a nossa querida irmandade para a pratica dedicada e sistemática da Sagrada Escritura. Logo, com os conhecimentos adquiridos e o suporte que há anos estamos pela graça e em submissão ao Eterno oferecendo na grande rede, esta heresia que surgiu no século II da era cristã, começa a perder folego e cair dignamente em completo descrédito!

Isto posto, vamos unidos em oração ao nosso Deus e com a arma da escrita, com piedade e espirito de devoção, rechaçar com labor esta entulharia romana completamente aquém do santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Sou grato por gentilmente compartilhar tão relevante informação!

De vosso irmão, o menor dos menores,

Douglas

domingo, 24 de janeiro de 2016

A alegria no Senhor é Incondicional


Por Leopoldo Henrique

Sermão Temático, pregado no dia 16 de Junho de 2015, na sala de aula da Faculdade Teológica Batista de Osasco e Adjacências (FATBOA).

Filipenses 4.4: "Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se!"

Essa passagem Bíblica que lemos irmãos, nos mostra que devemos nos alegrar continuamente, sempre, no Senhor. O versículo lido nos traz a alegria como algo imperativo na vida do cristão, um mandamento da parte do escritor Paulo, inspirado pelo Espirito Santo.

Para entender melhor o conceito de alegria, recorri ao dicionário Aurélio, que me trouxe a seguinte definição: “Alegria é um estado de satisfação extrema. Sentimento de contentamento ou de prazer excessivo”.

Parece obvio que Paulo havia escrito esta carta em um momento de bonança. De satisfação emocional exorbitante. A alegria, é uma das maiores buscas da realização da humanidade. Alegria, felicidade, satisfação, etc. 

Para minha surpresa, de acordo com o comentário bíblico King James, Paulo quando escreveu esta carta para Igreja de Filipos, estava preso em Roma. 

Então por que Paulo estava trazendo essa recomendação de modo tão imperativo? Qual o motivo da alegria de um homem aprisionado?

A Bíblia Sagrada nos revela que Paulo foi visitado pelo Senhor Jesus quando o mesmo estava a caminho de Damasco a fim de prender os Cristãos.

Observei, então, que quando o Senhor Jesus, em sonho, envia Ananias a se encontrar com Paulo, o Senhor Jesus diz a Ananias (At 9.16) que mostraria o quando convinha que Paulo padecesse pelo Seu Nome.

Desde então, Paulo passou por duras provas durante a sua jornada cristã. Ele faz um breve resumo de seu sofrimento na carta que escreve a Igreja de Corinto (2 Co 11:23-28):


"São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas".

- Foi perseguido em Damasco (2 Cor. 11.32-33);

- Rejeitado em Jerusalém (At. 9.26-28);

- Esquecido em Tarso (At. 9.30-31);

- Apedrejado em Listra (At. 14.19);

- Preso e açoitado em Filipos (At. 16.19-26);

- Enfrentou feras em Éfeso (1 Co. 15.32);

- Preso em Jerusalém (At. 21,13);

- Sofreu naufrágio indo para Roma e uma víbora o mordeu na ilha de Malta (At 27.9; 28.1-10);

- Na sua primeira prisão em Roma, ao ir a julgamento, ninguém foi a seu favor (2 Tm 4.16);

- Foi abandonado por Demas, perseguido por Alexandre e sentenciado a morte por Nero. (2Tm 4.10; 2Tm4.14).

Como alguém com uma história de vida tão sofrida, tão difícil, poderia nos trazer esse mandamento?

Através de Paulo, podemos entender que a alegria do cristão não depende das circunstâncias;

I – Paulo tinha certeza que Deus estava no controle;

“Regozijai-vos sempre no Senhor...”  (v. 4a).

Paulo já tinha experimentado por inúmeras vezes as dificuldades dessa vida, mas em todas as vezes, nunca se sentiu desamparado por Deus. Paulo tinha certeza da provisão divina e nos deixa registrado no versículo 19: “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprira todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus”.

Nós também somos experimentados constantemente em nossa vida com momentos bons e ruins. É a falta de emprego que as vezes bate a nossa porta e nos deixa preocupados. Uma doença grave a qual não esperávamos, mas que entra em nossa vida de forma sorrateira, ou na vida de um ente querido nosso. A dor de uma perda irreparável, irreversível, a qual faz parte do ciclo da vida humana nesta terra, mas que, nunca queremos aceitar. Ou quem sabe, uma família desequilibrada onde o pai ou a mãe não demonstram nenhum sentimento afetivo para com os filhos, vivem em conflitos. Filhos nas drogas, maridos violentos, afogados no vicio da bebida. São momentos que nos deixam aflitos, entristecidos. Momentos de tribulação, angustia e dor que parecem não terem mais fim.

Sabemos que o nosso Deus prova aquele a quem Ele ama. As provações pelas quais passamos nos fortalecem. É a maneira de Deus moldar o nosso vaso de barro. Afinal, que é o barro para dizer ao oleiro a maneira que o mesmo devera trabalhar? Paulo escrevendo a Igreja de Corinto (2 Coríntios 4:8-10) diz que em tudo somos atribulados, mas não angustiados. Perseguidos, mas não desamparados. Abatidos, mas não destruídos.

Paulo também passou por uma série de intempéries em sua vida. A diferença é que a alegria de Paulo estava alicerçada em um estado de Espirito, permanentemente otimista, em relação ao amor e ação de Deus a seu favor por meio do Espirito Santo.

A nossa alegria não está condicionada ao momento emocional o qual estamos enfrentando, de forma alguma, a nossa alegria está na esperança de que Deus tem o melhor para nossas vidas e que Ele pode nos tirar da situação adversa pela qual estejamos passando. Que Ele provera uma porta de escape para nós. E ainda que o resultado não seja o que esperamos, saibamos que Ele sempre tem o melhor para nossas vidas.

Assim como Paulo nos deixou registrado nesse mesmo capitulo da carta aos filipenses no versículo 4; “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. Nós também podemos todas as coisas naquele que nos fortalece.

II – Paulo não esperava somente nesta vida;

“... outra vez vos digo, regozijai-vos” (v. 6c).

Paulo tinha alegria porque não estava esperando somente nessa vida. A motivação de Paulo a passar os momentos emocionais adversos com alegria, é porque ele tinha certeza que havia algo muito mais excelente aguardando ele na vida futura.

Precisamos, assim como Paulo, nos ligarmos mais ao céu. Muitos estão perdendo a alegria porque estão esperando somente nas coisas terrenas. O materialismo e o secularismo tem aberto largas portas no coração do homem, onde a tristeza e a desilusão tem trazido dores incalculáveis. Muitos tem dado fim a própria vida, cometidos atrocidades, cometidos delitos, tudo porque não conseguiram se realizar com os prazeres supérfluos do mundo.

Mas Paulo consegue ver no sofrimento algo positivo, a ponto de escrever aos Coríntios que: "[…] pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno". (2 Coríntios 4:17-18).

Enquanto a alegria do mundo está condicionada há um bom emprego, há uma vida regada por benefícios materiais e prazeres passageiros. E quando isso não acontece, ou quando algo dá errado no meio do percurso por essa busca desenfreada, a tristeza invade o coração do homem. O Cristão tem a sua alegria alicerçada na esperança de que um dia iremos morar no céu. Que um dia veremos o nosso Senhor Jesus face a face como Ele é. A alegria do Cristão está na certeza que o nosso Mestre foi nos preparar um lugar de gozo, prazer inefável, onde viveremos eternamente.

Naquele dia, o Senhor limpara de nossos olhos todas as lagrimas.

Conclusão:

A vida de Paulo nos deixa bem claro que devemos adorar a Deus pelo que Ele é e não pelo que Ele pode.

Embora passemos por momentos difíceis nesta terra, a nossa alegria está na certeza de que Deus tem poder para suprir toda a nossa necessidade aqui nesta terra segundo a Sua vontade. E ainda algo muito mais excelente, um dia iremos morar com nosso Senhor Jesus na gloria.

A nossa alegria consiste em fazer a obra de Deus. Nos alegramos no sofrimento, pois assim como Paulo, nossa esperança não está somente nesta vida, sabemos que há uma coroa de gloria reservada que o justo juiz dará para todo aquele que perseverar até o fim.

O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória. Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. (Romanos 8:16-18).

Amém!

Sobre o Autor: Léo Henrique é cristão bereiano, piedoso servo de Deus, engenheiro de telecomunicações, ministro do evangelho, professor da Escola Bíblica Dominical, é membro da Assembleia de Deus ministério do Belem e ilustre colaborador adjunto do blog Teologando.