sábado, 1 de março de 2014

Entenda a parábola das dez virgens


Por Douglas Pereira da Silva

Uma das parábolas mais conhecidas da Bíblia, e descrita apenas no evangelho de Mateus, é a parábola das dez virgens (Mateus 25.1-13); é uma das sequencias contada por Jesus, a fim de responder uma pergunta tríplice feita pelos discípulos, com relação a consumação dos séculos:

"E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?" (Mateus 24:3)

Jesus conta a história de 5 virgens prudentes, e 5 néscias. As cinco virgens que estão preparadas para a chegada do noivo - as prudentes - são recompensadas ​​enquanto que as cinco que não estão - as néscias - são excluídas de seu banquete de casamento. A parábola tem um tema claramente escatológico, isto é, estar preparado para o Juízo Final.

Muitos pregadores (pregadores?) tem se utilizado desta passagem de maneira inadequada e anti Bíblica, para amedrontar os neófitos e desavisados com palavras assustadoras com o pretexto de "revelação" de Deus.

Já ocorreram muitos "espetáculos deprimentes" entre a nossa irmandade, com "revelamentos" do tipo: "metade da igreja irá subir com o Senhor aos céus e a outra metade que não estará preparada, será rejeitada naquela grande festa"; dando enfase a concepção doutrinária romanista, e equivocada da salvação por meio das obras, contradizendo as Escrituras em Efésios 2.8-9.

Mas será que foi isto mesmo que Jesus estava ensinando? Será mesmo que a parábola se aplica a IGREJA?

Esta questão, consiste em saber a identidade das virgens, pois a Bíblia nos concede muitas razões para rejeitar a ideia de que as virgens representam a IGREJA neste presente século. Vamos as considerações:

a) O período indicado pela palavra "então" (Mateus 25.1) não seria uma referência à era da igreja, mas continuaria a cronologia dos acontecimentos ligados a Israel, à medida que o Senhor continua a responder à pergunta original cujo referencial de tempo fora interrompido por "agora" em 24.32.

b) Já que o Senhor está voltando à terra como Noivo para as bodas, Ele deverá estar acompanhado pela noiva, que é a IGREJA (Apocalipse 19.1-9; 21.1-27). Logo, os que estão esperando na terra não poderiam ser a noiva. 

c) Apesar de o óleo ser um tipo do Espírito Santo, ele não é usado tão exclusivamente na era da igreja. Já que haverá uma relação do Espírito Santo com os santos da tribulação, especialmente os que são Suas testemunhas, a referência ao Espírito Santo seria apropriada.

d) Na parábola não só as prudentes, mas também as néscias, que estavam destinadas ao julgamento, foram ao encontro do Noivo. Isso não poderia retratar o arrebatamento da igreja, pois nenhuma pessoa não-salva sairia ao Seu encontro naquela hora.

e) O termo "choro e ranger de dentes" (Mateus 25.30) é usado em todas as outras ocorrências que se referem a Israel nos evangelhos (Mateus 8.12; 13.42,50; 22.13; Lucas 13.28) e parece referir-se também a Israel aqui.

f) Em Apocalipse 19.7-16 o banquete segue-se ao casamento em si. Lucas 12.35-36 parece insinuar que, enquanto as bodas ocorrem no céu, o banquete ocorre na terra. Essa parábola então descreveria a vinda do Noivo e da noiva à terra para o banquete das bodas, em relação às quais as cinco virgens prudentes serão aceitas e as néscias serão excluídas.

Portanto, a parábola em questão não se aplica à IGREJA, nesta presente era, pois as dez virgens representam o remanescente de Israel, isto é, os descendentes biológicos do patriarca Abraão, após a igreja ser levada. As cinco virgens prudentes são o remanescente fiel, as virgens néscias são o infiel, que só professa estar esperando o Messias vir com poder.

Assim, este modesto autor busca refutar mais uma vez, estas profetadas e revelações que não edificam nossos diletos irmãos e irmãs, a não ser amedrontar a nossa querida irmandade com palavras e discursos desprovidos do verdadeiro evangelho da Graça! A parábola das dez virgens jamais deve ser aplicada à nível soteriológico para a igreja de Cristo.

5 comentários:

  1. INFELIZMENTE, creio que esta é a primeira vez que vejo uma EXPLICAÇÃO sobre esta passagem, como o irmão disse, sempre ouvi esta passagem com um tom amedrontador!

    Agradeço pela explicação, e o parabenizo, irmão Douglas pelo blog! Esta EXCELENTE!
    Pretendo fazer uma maratona neste feriadão e ler todos os posts! os que já li, me agradarão muito!

    Deus o abençoe! E de forças para continuar com este trabalho, que COM CERTEZA dará muitos frutos!!

    Fique na Santa Paz de Deus!

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    1. Amém Rene,

      Muito obrigado pela visita e palavras de incentivo. É uma honra e satisfação te-lo aqui neste espaço comentando! Seja sempre bem vindo, e sinta-se em casa!

      Pois é meu amigo, alguns, infelizmente, desvirtuam o propósito do Livro Santo; pois usam-na equivocadamente, para amedrontar, ameaçar ou assustar nossos queridos irmãos. A Bíblia, foi-nos revelada, com o primaz propósito de nos ensinar as coisas de Deus, e orientar as nossas direções na caminhada e vida cristã. Por esta razão, ela é nossa unica guia de fé e prática em todo o nosso modo de viver!

      Que Deus abençoe querido, e, rogo orações para que Deus, pela sua grande misericórdia, ilumine minha mente e coração!

      Um grande abraço, com a paz de Deus!

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  2. Hoje na minha comum a palavra foi essa, deu medo hen rsrsrs,

    "na pregação dizia quê metade subiria e a outra ficaria."

    Depois de ler o artigo entendi...


    Deus abençoe

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  3. Muito edificante acreditei por muito tempo em homens que abordavam com gritos e sapatei-os que chamam mais atenção para eles do que para o ensino da palavra em apenas alguns minuto entendi o realmente Deus quer nos passar acredito que devemos morrer todos os dias para o pecado e nos revestir do Espirito SANTO.

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