domingo, 21 de setembro de 2014

ERRATA: "A origem do "pecado de morte": O NOVACIANISMO"


Por Douglas Pereira da Silva

Queridos e Diletos leitores do Teologando,

A presente ERRATA tem por objetivo, corrigir a informação contida no artigo "A origem do "pecado de morte": O NOVACIANISMO", escrito e publicado por este modesto autor, aqui neste LINK, no dia 5 de Maio de 2014.

Argumentei no mesmo que, após uma concisa pesquisa realizada em um brevíssimo estudo acerca das heresias que surgiram durante os primeiros séculos do cristianismo, isto é, na denominada era Patrística, a conhecidíssima e famigerada Heresia por nome de "Pecado de Morte", surgiu com NOVACIANO em 251 d.C., após um cisma que ocorreu em razão da oposição deste pela eleição do Papa Cornélio (? - 253 d. C.).

Todavia, tal informação esta INCORRETA!

Após um minucioso e cuidadoso estudo realizado por este autor, à respeito das Heresias que surgiram nos primórdios da Igreja - feito de forma sistemática com livros e artigos especializados no assunto pelo universo acadêmico - foi constatado e confirmado, precisa e indubitavelmente, que esta maléfica "doutrina" surgiu com um movimento herético chamado de MONTANISMO, em 198 d. C. 
Na verdade, o que Novaciano fez em 251 d. C., foi apenas "copiar" e implementar em sua seita, por assim dizer, alguns credos e pontos de Fé, semelhantes do Montanismo.

A seguir, será retificado com maiores detalhes, a origem desta Heresia.
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Nascido na Frígia, Ásia Menor, por volta dos anos 155 - 160, Montano tornou-se sacerdote do deus Apolo Lairbeno. 


Convertido ao cristianismo alguns anos depois, sentiu-se num dado momento, não só o porta voz, mas - pasmem, meus queridos leitores! - a encarnação do Espírito Santo.


Afirmava que o Paráclito prometido em João 14.26; 16.7, se encarnara em sua própria pessoa. Apresentava-se como a presença viva do Espírito Santo, afirmando categoricamente, ser ele a revelação perfeita, e ainda, sentia-se a maior autoridade, dizendo estar acima das Escrituras Sagradas! De acordo com documentos históricos e escritos analisados por historiadores da Igreja, Montano dizia: "Vim, não como anjo ou mensageiro, mas como o próprio Deus Pai"; em outras de suas falas, também dizia: "Vede, o homem é como a lira, e eu sou o arco; o homem dorme, e eu velo...".


Bem, se já achamos muita pretensão de um ser humano, em pleno século XXI, declarar-se sendo o próprio Jesus Cristo na terra - tal como vemos no fanfarrão do Henry "Cristo" - imagine então como foi em pleno século II do cristianismo, um sujeito declarar-se sendo a encarnação do Espírito Santo?



Após ser excomungado, e sua estranha teologia ter sido condenada, pelo papa Vítor em 198 d. C. - claro que seria excomungado, afinal, Montano conseguiu superar as heresias surgidas no período patrístico com suas obsessões - fundou um movimento fanático que vivia segundo as revelações proféticas sem fundamentação bíblica, não havia uma exegese e interpretação sólida - (muito familiar este método de pregação, não é mesmo?). Suas preleções deixavam apreensivas e oprimidas as pessoas que ouviam suas mensagens fantasiosas sobre o fim do mundo.

Assim surge, então, o montanismo

As idéias e as crenças que foram elaboradas por Montano, para doutrinar os seus seguidores, podem ser organizadas pelas seguintes súmulas:

a) Fé incondicionada de seus adeptos, obediência às suas ordens e uma moral rígida, dura, rigorosa, uma prática ascética de jejuns severos;

b) Aconselhamento e encorajamento ao martírio, interdição do matrimonio, especialmente das segundas nupcias;

c) Após o batismo, quem pecasse não poderia esperar novo perdão dos pecados, como o adultério e a apostasia, pois considerava tais pecados "a morte" para seus praticantes (Essa "doutrina" também é muito familiar);

d) Era proibido severamente, o uso de ornamentos nas mulheres (como uso de maquiagens, brincos, perfumes etc.), a aceitação de cargos públicos era terminantemente proibida. (Isso também é muito familiar, não é mesmo?). 

Observem que os ensinamentos desta seita tão antiga - século II e III da era cristã - para nossa tristeza e decepção, ainda, infelizmente, é praticada em pleno século XXI, pela denominação deste autor, e demais igrejas com algumas exceções, que estão ligadas na mesma fé e doutrina, sob o nome de "pecado de morte" - o qual já refutamos no artigo "Afinal, o que é "pecado de morte"?"

Vou continuar orando para que Deus limpe a sua igreja destes entulhos religiosos, que servem apena para dizimar milhares de almas, transformando a graça numa verdadeira desgraça com esta satânica "doutrina".

Mais uma vez, encerro clamando: SOLA MISERICÓRDIA!

BIBLIOGRAFIA


FRANGIOTTI, Roque. História das Heresias (séculos I - VII) - Conflitos Ideológicos Dentro do Cristianismo. São Paulo: Editora Paulus, 1995.


ATENÇÃO: A dissertação do presente texto, fez-se necessária, a fim de propagar conhecimento histórico e corrigir a informação do artigo anterior mencionado no principio desta Errata. Este autor pretende, desta forma, confirmar e ratificar a integridade, a veracidade, o prestigio e transparência deste modesto espaço - O Blog Teologando - bem como da teologia que é aqui exposta. Peço desculpas aos nobres leitores, e conto, humildemente, com a compreensão de todos. A paz de Deus!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A luz que emana do Evangelho da Graça


Por Danyhele Carlim

O Evangelho da Graça, se compara a luz forte da manhã!

Quando alguém abre a janela do seu quarto, ela choca nossa percepção, não conseguimos se quer abrir os olhos... Ficamos desorientados...

Paulo, ficou literalmente cego, na presença da Glória de Deus no momento de sua conversão. A Luz tem essa ambiguidade, duas faces!

Mas nem por isso ela deixa de ser luz, e uma luz maravilhosa! Que aquece nossa corpo e a nossa alma.


Esses dias me dei conta disso ao observar um cachorrinho na calçada, com os olhinhos fechados, ele se aquecia com o calor do sol, estava sentindo aquela presença, tinha um jeitinho de que estava gostando muito daquele momento!

Já alguns, pela ansiedade, medo, preferem fechar a janela novamente, em vez de se acostumar, abrir os olhos e enxergar toda a vida que existe lá fora e finalmente poderem andar com suas próprias pernas!

A Luz nos proporciona essa autonomia, de jogar fora nossas muletas, e sermos livres!

"Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão". (Gálatas 5.1)

sábado, 13 de setembro de 2014

Teria Jefté sacrificado a sua própria filha para pagar o voto a Deus, ou não?


Por Douglas Pereira da Silva


Analise Exegética de Juízes 11.29-40

Esta passagem é mais um texto de difícil compreensão das Escrituras Sagradas, pois inconscientemente, ao interpretarmos, temos a dificuldade de despirmos de todo o sistema e conjunto de crenças doutrinárias que adquirimos ao longo da nossa caminhada cristã.

Eis o maior desafio do exegeta Bíblico: é o de interpretar somente o que o texto sagrado diz, sem interferências doutrinárias, e sem auxílio da Teologia Sistemática.

Para ser fiel e extrair a interpretação fidedigna do texto sagrado, o exegeta deve se abster de pressuposições e preconceitos que se adquiri com os credos de Fé das denominações evangélicas, isto é, deve-se fazer perguntas ao próprio texto Bíblico e extrair as respectivas respostas do mesmo!

Ao discutirmos tal passagem, o irmão Alceu Figueiredo, que é um teólogo autodidata e exímio estudioso das Escrituras, apresentou a interpretação tradicional, aceita pela maioria das Igrejas Cristãs. Ele disse o seguinte:

"Jefté não sacrificou sua filha, como muitos acreditam, atribuindo o fato de ter morado com os Cananeus e adotado essa prática de sacrifício humano. Em Israel jamais existiu tal prática e Deus proibiu terminantemente que se fizesse sacrifícios humanos (Dt 18:9-12); logo Ele não iria se alegrar com o que proibiu. O voto de Jefté foi condenar sua filha a uma virgindade perpétua, e sendo ela filha única (Jz 11:33), isto significava ficar sem descendência. Veja bem que ele votou que ofereceria ao Senhor o que primeiro saísse de sua casa, logo não esperava sair um animal de dentro de casa. Notemos que a filha de Jefte chorou a sua virgindade, e não que iria morrer (Jz 11:37), e depois do voto ser cumprido ela manteve sua virgindade (Jz 11:39); finalmente de ano em ano ela recebia visitas de suas companheiras que viam lamentar [elogiá-la em algumas versões] (Jz 11:40). Ela foi servir no santuário como algumas mulheres faziam, no serviço de manutenção e provisão, e foi daí, que a cristandade tirou o modelo das “virgens enclausuradas.”

O Biólogo e entusiasta colecionador de Bíblias de Estudo, Márcio José Sérgio Ermida, sem titubear, foi mais enfático ainda em sua opinião:

"A Bíblia não se contradiz. E, na dúvida, permanece a doutrina oficial. Se Deus abominava (eu disse abominava) as nações cananeias por causa de seus pecados, e abominava seus pecados, por que de repente vai aceitar que um filho seu cometa uma abominação por voto? Fico com a doutrina que dura até hoje " Não matarás..."

Todavia, este simplório blogueiro acredita que Jefté sacrificou – literalmente – a sua filha! 

Para tanto, elencarei os motivos para a interpretação literal, o qual é facilmente extraída do texto aplicando minuciosamente as regras da Exegese:

a) Na época dos Juízes de Israel, cada um “fazia o que bem entendiam”, pois não tinham uma liderança centralizadora para guia-los, tal como fizera muitos anos antes Moisés e Josué, razão pela qual não obedeceram a voz do Senhor; casaram-se com as mulheres dos heteus, dos heveus, dos jerbuseus, dos cananeus e de todos os povos ao redor, dos quais o Senhor ordenará que não se casassem. (Juízes 2.11-3.6);

b) Certamente, Jefté estava familiarizado com as práticas da cultura e da religião pagã destes povos, devido a mistura de raças que houve na época por causa dos casamentos mistos, conforme explicamos anteriormente no item (a);

c) O texto de Juízes 11.29-40, não é um texto Normativo, mas sim Narrativo. No mesmo não está ensinando que Deus aprovou o voto de Jefté, e muito menos que devemos fazer sacrifícios humanos, mas está apenas narrando a loucura que este juiz praticou. Como exemplo de texto narrativo desta mesma categoria, citamos Gênesis 12.10-20, onde narra o episódio da mentira de Abraão – seu nome ainda era Abrão. Observem que o texto não dá margem, para a formação de doutrina, isto é, não há nada de Normativo ali. Muito menos, não vemos a pessoa de Deus sendo conivente e ainda aprovando a mentira de Abrão; mais ainda, tal como a passagem que estamos analisando, não temos o relato de alguma ação interventora de Deus repreendendo e impedindo Abraão para não mentir, Há outros textos Narrativos no Antigo Testamento - inúmeros na verdade - que o leitor poderá conferir posteriormente, porém, vamos nos limitar apenas neste único exemplo para a brevidade do presente artigo.

d) A palavra 
Holocausto sempre é usada no Antigo Testamento para descrever um sacrifício de sangue com oferta queimada. Confiram Gênesis 8.20; 22.7; Êxodo 29.18, Levítico 1.3; 1.17; 6.9; Juízes 13.16; I Samuel 7.9; 13.12; I Crônicas 16.40 etc. (obs.: são muitas passagens, todavia, para ilustrar como exemplo citarei apenas estas); 

e) O texto diz que a filha de Jefté foi chorar a sua virgindade, pois ainda não havia sido possuída por nenhum homem (v.37), todavia, esta informação é vaga para concluirmos que o sacrifício consistiu apenas em manter-se virgem por toda vida, e por quê? Porque a palavra Holocausto aparece no versículo 31, e conforme explicamos no item (d) sempre foi usada no Antigo Testamento, para denotar derramamento de sangue com oferta queimada, isto é, sacrifício - literalmente; se conferirmos todas as passagens Bíblicas no Antigo Testamento em que a palavra Holocausto é empregada, constataremos este fato!

Concluindo...

Será que o autor do livro de Juízes se equivocou, escrevendo a palavra errada - no caso Holocausto - para narrar este episódio?

Ou ainda, será que é um erro cometido por algum copista da antiguidade, ao reproduzir o livro copiando do Original?

Em todo caso, não há como provar estas duas possibilidades!

Aos que conhecem o idioma hebraico - a língua com que foi originalmente escrito o Antigo Testamento - e desejam se aprofundar no assunto em pauta, o versículo 31 de Juízes 11 está escrito da seguinte forma (a sentença "oferecer em holocausto" esta destacado em vermelho):

מה, מחוץ לדלתות של הבית שלי לפגוש אותי, כשאני חוזר בני עמון בשלום, זה יהיה יהוה, ולהציע אותו לעולה.


Teólogos de todos os segmentos afirmam que, de fato, Jefté não só votou que sacrificaria um ser humano como cumpriu o que prometeu. A Bíblia de Estudo de Genebra, por exemplo, faz o seguinte comentário a respeito da passagem em questão:

"Jefté derrotou os amonitas, mas, durante a batalha, fez um voto precipitado ao Senhor, com base no qual foi obrigado a sacrificar sua filha querida como holocausto. Ao contrário dos deuses pagãos, Deus não deveria ser adorado com sacrifícios humanos (Dt 32.17; Sl 106.37-38). O voto imprudente de Jefté mostra como lhe faltava fé para liderar; sem essa fé, sua casa não seria estabelecida".

Dentre os muitos colaboradores responsáveis pelos comentários da Bíblia de Estudo de Genebra, destacam-se homens como Mark Futato (Reformed Theological Seminary), R. Laird Harris (Covenant Theological Seminary), Meredith Kline (Gordon-Conwell Theological Seminary), Tremper Longman III (Westmont College), Raymond C. Ortlund Jr. (First Presbyterian Church of Augusta), Richard L. Pratt Jr. (Reformed Theological Seminary) e Bruce K. Waltke (Reformed Theological Seminary). Não sei exatamente quem escreveu os comentários do livro de Juízes. No entanto, sei que tal interpretação passou pelo crivo do editor responsável pelo Antigo Testamento, o Dr. Bruce K. Waltke, e do editor-geral, o Dr. Richard L. Pratt Jr.

Embora o sacrifício humano fosse proibido aos israelitas, não surpreende que um semi-cananeu tomasse tão estranha atitude. Caso paralelo é o do rei de Moabe, que sacrificou o seu filho primogênito (II Reis 3.27). Compare-se ainda, na mitologia grega, o sacrifício de Ifigênia e Policena. A nobreza de caráter manifestada pela filha de Jefté fez dela uma das heroínas mais célebres do mundo antigo.

Temos ainda, o caso do rei Manasses de Judá que queimou a seu filho como oferta de sacrifício em adoração as deuses pagãos (II Reis 21.6).

Autores como Josefo, Lutero, Matthew Henry, Jemieson-Fausset- Brawn, A. C. Hervey, H. A. Hofner Jr., E. J. Hamlin, etc., argumentam que a linguagem do próprio texto não deixa dúvidas de que Jefté realmente ofereceu sua filha em sacrifício. A favor dessa posição, temos - ainda - as seguintes observações:


a) Jefté certamente estava familiarizado com a prática de sacrifícios humanos das nações circunvizinhas (ver Juízes 11.1-3, 24); por isso foi fortemente influenciado por práticas pagãs de sua época;

b) O fato de haver sido usado pelo “Espírito do Senhor” na vitória sobre os amonitas não o tornou infalível em suas demais decisões;


c) Juízes 11.31 sugere claramente que a pessoa que primeiro saísse da casa de Jefté seria dedicada ao Senhor “em holocausto”;

d) A reação de Jefté em Juízes 11.35 seria exagerada se a questão envolvida fosse apenas a dedicação de sua filha em celibato ao Senhor;


e) Não faria sentido chorar “a sua virgindade” por “dois meses” (Juízes 11.38) já que a moça continuaria virgem e viva;



f) Se a filha de Jefté fosse apenas dedicada à perpétua virgindade, não necessitaria de dois meses para chorá-la, pois, teria a vida inteira para fazê-lo;

g) O próprio texto declara que Jefté fez com sua filha “segundo o voto por ele proferido” (Juízes 11.39);


h) No versículo 40, diz que as israelitas saiam de ano em ano para cantar em memória da filha de Jefté. Ora, ninguém canta em memória de alguém, se este alguém estiver vivo!


i) Os heróis da fé mencionados em Hebreus 11 não eram pessoas que nunca pecaram, e sim pessoas que alcançaram a vitória sobre os seus pecados (ver, por exemplo, Êxodo 2.11-15; Juízes 13.16; II Samuel 11.12).


Em todo o caso, o professor e mestre exegeta da Faculdade Teológica Batista de Osasco, teólogo com graduação especializada nos idiomas Hebraico e Grego pela Universidade de São Paulo, Edson da Mata, que também acredita em um sacrifício literal, fez a importante observação:

"Seja como for, a passagem de Jefté nos traz uma importante lição: cuidarmos de nossas palavras a fim de se evitar os diversos erros que cometemos, quando falamos sem pensar, sem medir, sem planejar. Estou certo que Jefté nem imaginava que poderia ser a sua filha a primeira a aparecer. Ele fez um voto de tolo, não cuidou em ser tardio no falar, tal como o apóstolo Tiago nos ensina em sua epístola. Creio ser esta, a maior lição que podemos extrair deste trágico episódio".

Portanto, conforme todas as observações listadas, este modesto aprendiz de teologia, acredita - sinceramente - que Jefté tenha cometido a loucura de sacrificar a sua filha, isto é, o mesmo fez um voto de tolo; sequer ele pensou que poderia ter sido sua própria filha que sairia ao seu encontro - tal como o professor Edison pontuou em sua opinião – votando impensadamente.

Agora é com vocês, queridos e diletos leitores do Teologando; toda essa questão permanece aberta à discussão e até hoje não se conseguiu chegar a um denominador comum.

Qual é a sua opinião à respeito?

ADVERTÊNCIA: As opiniões constantes no presente artigo, e as especulações teológicas existentes da passagem de Juízes 11.29-40, não refletem em hipótese alguma, matéria ou doutrina de Fé. Todavia, serve apenas como um aprendizado, e como curiosidade Bíblica e lúdica, para ampliarmos a nossa percepção intelectual. Seja qual for a visão teológica defendida, não traz quaisquer prejuízos para o duplo propósito das Escrituras Sagradas, e para a Fé Cristã.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Bibliomancia e a Congregação Cristã no Brasil


Por HP

O texto abaixo em azul é encontrado no Wikipedia, enciclopédia online mundial, na página dedicada sobre a Congregação Cristã no Brasil:

Kerigmática e Homilética
A pregação do sermão é feita sem preparo prévio ou com notas, com pregações improptu ou extempore. A pregação da Palavra na Congregação Cristã alinha-se à tradição protestante de centrar-se na pregação da Bíblia, como um elemento importante como revelação da Palavra divina. Entretanto, há interpretações populares da pregação da Bíblia. Como manifestação de religiosidade popular, semelhantes às consultas a oráculos, muitos fiéis da Congregação Cristã no Brasil praticam o "buscar a palavra", uma forma de adivinhação ou bibliomancia. Para esses membros, suas decisões pessoais quanto a trabalho, viagem, negócios, estudos, casamentos serão pautados pelos oráculos da pregação. Corroborando com essa prática, muitos ministros alternam suas pregações entre promessas materiais e controle comportamental visando a manutenção da comunidade. Assim, resulta na prática de haver pouca ou nenhuma exegese bíblica nas pregações de muitos desses pregadores. Todavia, essa bibliomancia da pregação não é oficialmente endorsada pelo ministério da Congregação Cristã no Brasil, que em recente circular admoestou contra tais práticas.

Os membros da Congregação Cristã no Brasil são, na sua quase totalidade, adeptos a Bibliomancia.

Mesmo quando a Liderança da Instituição admite ser contrária a tais práticas (através de inúmeros tópicos de ensinamentos e circulares), é notório que o crescimento da denominação se deu por razão desta característica nas pregações.

São raros os pregadores nos púlpitos da denominação que apenas expõem a Palavra de Deus nas pregações, sem usar de artifícios da bibliomancia.

Tais pregadores são classificados como “frios” pelos demais membros, apesar de poderem ter algum respeito pela “sabedoria” em conhecer a Bíblia.

Também não é raro ver confusões que esta bibliomancia traz ao povo. “Pegar Palavra errada” é uma das aberrações citadas quando profecias não se cumprem na vida daquele que acreditou.

Não são raros os casos de pessoas que vão aos cultos apenas para buscarem respostas, ou negociam com Deus para conseguirem respostas, orando mais, frequentando mais os cultos, cumprindo regras diversas, o popular "se consagrando" para terem a "resposta de Deus".

São comuns as profecias genéricas como “Deus te dará a Vitória” ou "Deus te confirma" pregada para um grupo de algumas centenas de pessoas.

Há também a personificação do nome de Deus por aquele que prega com dizeres como “Eu (Deus) te digo” ou então “Eu (Deus) colocarei a minha mão” ou mesmo "Eu (Deus) te confirmo", muito comuns nos púlpitos da denominação.

Devemos sim crer nos dons do Espírito Santo, e que sim, possa haver profecias a respeito de situações futuras, tais como encontradas em Atos 21:10 e Atos 11:28, porém a essência das pregações no Novo Testamento são a respeito do ministério de Cristo e a aplicação dos Ensinamentos do Senhor Jesus na vida da Igreja.

Respostas para decisões pessoais, profecias sobre o futuro de alguém, personificação do nome de Deus nas pregações  NÃO são atividades respaldadas no Novo Testamento.

Você pode citar exemplos diversos na tua vida que tal “bibliomancia” funcionou. Mas seja sincero consigo mesmo: Quantas foram as pregações que você chorou, manifestou e acreditou, mas nada aconteceu e você preferiu se contentar em acreditar que “pegou palavra errada”, por medo de "blasfemar" ao achar que a pregação não tenha sido realmente "Deus falando" com o povo?

Seria muito melhor rever teus conceitos de fé em Jesus Cristo.

Sim, siga a Jesus apenas e creia nos Ensinamentos que Ele nos deixou. Pregação suficiente é a de Jesus apenas.

Em tudo agradeça a Deus. Seja em coisas boas ou más que te sucedem.

Saiba que:

Felizes são os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;

Felizes são os que choram, porque eles serão consolados;
Felizes são os mansos, porque eles herdarão a terra;
Felizes são os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
Felizes são os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
Felizes são os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
Felizes são os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
Felizes são os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Felizes sois vós, quando vos ofenderem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso prêmio nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós." (Mateus 5:3-12)

Que Deus abençoe a todos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A vida diária de um apóstolo de verdade


Por Augustus Nicodemus Lopes

As cartas que Paulo escreveu à igreja de Corinto são as de maior cunho pessoal e que mais revelam como era a vida daquele que é considerado o maior apóstolo do Cristianismo, data vênia Pedro e os papistas.

Como era a vida diária de Paulo, um apóstolo de Cristo?

- evitava batizar muita gente, para que não se formasse um fã clube em torno do seu nome (1Co 1:14-17);

- evitava a ostentação de linguagem na pregação pelo mesmo motivo e pregava somente a Cristo e este crucificado (1Co 2:1-5).

- a razão é que ele queria evitar que pessoas se agregassem à igreja impressionadas por seus talentos e carismas e não pela fé em Jesus Cristo (1Co 2:5).

- ficava lembrando seu rebanho de que ele era um mero servo, junto com outros, e que seu sucesso em ganhar pessoas para Cristo se devia tão somente à graça de Deus e não a méritos próprios (1Co 3:5-9).

- insistia que Deus requeria dos apóstolos somente que fossem fiéis, e não que fossem bem sucedidos, diante da tentação de muitos de compararem os ministérios dele, de Apolo e de Pedro (1Co 4:1-3).

- era constantemente considerado – inclusive por pessoas que faziam parte das próprias igrejas que havia fundado – como condenado a morte, espetáculo ao mundo e aos anjos, louco, fraco e desprezível (1Co 4:9-10).

- em diversas ocasiões passou fome, sede e nudez; foi esbofeteado e não tinha moradia certa ou casa própria (1Co 4:11).

- trabalhava até cansar com as próprias mãos para garantir o seu sustento (1Co 4:12).

- era perseguido, injuriado, caluniado e considerado o lixo do mundo, mas não respondia nem revidava a nenhuma destas provocações (1Co 4:13).

- muitos achavam que ele não tinha o direito de receber sustento da igreja e nem de se fazer acompanhar de uma esposa nos trabalhos missionários intensos e cansativos. Por isto, ele trabalhava para se sustentar e se recusava a receber salário, ofertas, dízimos e contribuições das igrejas, quando fazer isto pudesse lançar dúvida sobre suas intenções (1Co 9:1-12).

- pregava e evangelizava nas igrejas de graça, sem nada pedir e nada receber, para não colocar empecilho ao Evangelho de Cristo (1Co 9:15-18), pois seu alvo era ganhar o maior número possível de pessoas.

- preocupava-se em ser irrepreensível, em controlar-se e manter suas paixões e desejos debaixo de controle, para poder ter autoridade para pregar (1Co 9:25-27).

- enfrentou a morte várias vezes no trabalho missionário, e em algumas delas considerou que sua hora de morrer tinha finalmente chegado (2Co 1:8-9).

- passava por constantes sofrimentos e angústias de coração por causa das igrejas e dos crentes a quem amava e por quem se preocupava individualmente (2Co 2:4).

- perdoava e pedia o perdão dos outros para aqueles que o haviam ofendido e prejudicado o seu trabalho (2Co 2:7-8).

- quando era necessário mostrar as suas credenciais de apóstolo, apontava para as multidões convertidas pelo Evangelho da cruz que pregava com simplicidade e no poder do Espírito (2Co 3:1-4).

- tomava o maior cuidado para não adulterar a mensagem do Evangelho, não andava com astúcia e nem procurava enganar seus ouvintes para tirar proveito financeiro deles (2Co 4:1-2).

- vivia como um condenado à morte, levando em seu corpo o morrer de Jesus na forma de privações, perseguições, sofrimentos, calúnias e injúrias, como meio da vida de Cristo se manifestar através dele (2Co 4:7-15).

- sua esperança e expectativa não estavam aqui, nas riquezas, propriedades e bens, mas o tempo todo ele faz menção da glória celestial, das coisas invisíveis e eternas que ele aguardava como recompensa de seus sofrimentos e trabalho (2Co 4:16-18).

- quando precisava se recomendar aos ouvintes como ministro de Cristo incluía em seu currículo as muitas aflições, angústias, privações, açoites, prisões, tumultos, vigílias e jejuns no trabalho do Senhor (2Co 6:4-10).

- ainda nesta lista incluía os 39 açoites recebidos dos judeus pelo menos 5 vezes, ser fustigado com varas 3 vezes, 3 naufrágios, apedrejamentos, perigos de salteadores e assassinos, além do peso constante da responsabilidade das igrejas que pesava sobre seus ombros (2Co 11:29).

- passou privações e teve de trabalhar arduamente para não ser pesado às igrejas onde receber oferta seria dar motivo para a acusação de mercenário (2Co 11:7-9).

- apresentava como motivo de gloria o fato de que uma vez teve que fugir de uma cidade escondido em um cesto e descido pelos irmãos pela muralha, para poder escapar com vida (2Co 11:30-33).

- lutava diariamente com um doloroso espinho na carne, que o abatia e fazia sofrer e clamar a Deus, mas sem resposta a não ser a provisão da graça para poder suportá-lo (2Co 12:7-10).

Muitos se consideram sucessores dos apóstolos, aqui e em Roma. É só comparar...

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O sectarismo excludente religioso práticado por alguns membros da Congregação Cristã no Brasil


Por Douglas Pereira da Silva

Recentemente, um grupo na rede social - facebook - formado por membros da Congregação Cristã no Brasil denominados de "Amizades CCB", divulgaram na respectiva página a seguinte mensagem:

"Nos somos a unica a eleita a amada de Cristo na Terra a escolhida essa é a única doutrina que pode levar aos céus doa a quem doer ninguém é obrigado a ir na Congregação e nem aceitar essa santa doutrina agora a inveja mata né".


Não há dúvidas de que o autor desta pérola, certamente movido de fanatismo religioso e total desconhecimento das Escrituras Sagradas, precise URGENTEMENTE de um sério acompanhamento psicológico, e ainda, possivelmente um tratamento psiquiátrico para curar tamanha sandice e loucura!

É inconcebível, dado o volume de informações que dispomos nesta modernidade, com o avanço tecnológico e a internet, encontrar na grande rede um grupo de cristãos (cristãos?) que pregam e ainda apoiam esse tipo de mensagem... É um perfil tipico, de um terrorista, integrante daqueles grupos radicais islâmicos que matam e morrem em nome de sua religião!

Nos tempos de Jesus, os discípulos também pensaram em plantar, no início da Era Cristã, um sectarismo religioso excludente, mas Jesus os repreendeu:

"E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós é por nós”. (Marcos 9.38-40)

É oportuno citarmos neste ponto, as palavras do Dr. Ézio Luiz Pereira, quando dissertava sobre o comportamento sectarista praticada por membros de denominações evangélicas. Ele diz o seguinte: 


"Não raro se vê uma organização religiosa inflexível que se auto-proclama “igreja verdadeira”, “igreja perfeita”, “igreja mãe” (?!), “A Igreja Fiel” etc. Eis a resposta de Deus, no texto em epígrafe: “Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar-nos com alguns, que se louvam a si mesmos, mas estes que se medem a si mesmos, e se comparam consigo mesmos, estão sem entendimento” (II Coríntios 10.12) e “Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas sim aquele a quem o Senhor louva” (II Coríntios 10.18). Assim diz o Senhor, pela boca de Salomão: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Provérbios 16.18). Outro texto na mesma linha: “Quem a si mesmo se exaltar será humilhado...” (Mateus 23.12)".

Ainda em seu artigo - "Sectarismo Religioso no Cristianismo" - ele observa:

"Sob esse viés, o sectarista religioso não tolera o outro, tal aquele que “não bebe do mesmo cálice”, “não acende a mesma vela”, não está “no mesmo ninho”, não navega “no mesmo barco” razão pela qual não consegue conviver com a diversidade doutrinária evangélica, porquanto se julga superior no conhecimento de Deus, vale dizer, se julga “representante exclusivo de Deus” e, segundo entende, monopoliza a “revelação”, como o faziam os fariseus dos tempos neotestamentários, o que se revela absurdo. Não há respaldo bíblico para essa tese. Assim, o referido comportamento é fruto de mente doentia, de idéia patológica, típica de quem não conhece, com profundidade, as Sagradas Escrituras. Toda interpretação textual traz a reboque um subjetivismo/relativismo questionável. E qual a interpretação correta? Sob o ponto de vista de quem?".

E concluí:


"Cristo convivia com a diversidade e nunca outorgou “mandatos” a quaisquer denominações eclesiásticas, como sendo “a verdadeira” ou identificável como tal. Ao revés. Cristo mantinha diálogo com grupos diferentes e os seus discursos mais rigorosos foram exatamente aqueles em confronto com os religiosos, máxime os fariseus. Quem incitou a crucificação do Messias foram religiosos sectaristas. Não se confunde igreja de Cristo com organização eclesiástica. A primeira é espiritual/virtual; a segunda é mensurável/visível. A primeira é difusa; a segunda é concentrada. A primeira não se limita a espaço e tempo; a segunda se demarca em circunstância espacial e temporal. A primeira não porta uma bandeira denominacional ou um rótulo; a segunda se identifica por uma bandeira representativa de uma logomarca exclusivista e excludente etc".


Portanto, acreditar na hipótese de que um prédio cinza por fora, de quatro paredes brancas por dentro, com sua liturgia e costumes é a detentora da graça de Deus na Terra, é, no minimo, chamar o Senhor Jesus de Incompetente por não ter salvado a todos os crentes que confiaram em sua obra redentora na cruz da calvário até 1910 - ano em que Louis Francescon fundou a Congregação Cristã no Brasil.

Que Deus perdoe este incauto, o autor da infeliz mensagem que blasfemou inconscientemente (?) do Senhor Jesus com tamanho desatino!

Oremos, para que Deus abra os olhos e o entendimento de quem professa esta estranha Fé - se é que podemos chamar isso de Fé (?) - para que também procurem a ajuda médica - caso seja necessário - para curar a loucura destes surtos religiosos.

SOLA PIEDADE, e SOLA DEO trabalhando de dia e de noite na cachola destes desavisados...

P.S.: É nestas horas que me bate uma profunda vergonha, de ser membro da Congregação Cristã no Brasil.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Sete Caracteristicas de Abuso de Autoridade Espiritual


Por Ronald M. Enroth

1. Distorção da Escritura: para defender os abusos usam de doutrinas do tipo "cobertura espiritual", distorcem o sentido bíblico da autoridade e submissão, etc. Encontram justificativas para qualquer coisa. Estes grupos geralmente são fundamentalistas e superficiais em seu conhecimento bíblico. O que o líder ensina é aceito sem muito questionamento e nem é verificado nas Escrituras se as coisas são mesmo assim, ao contrário do bom exemplo dos bereianos que examinavam tudo o que Paulo lhes dizia.

2. Liderança Autocrática: discordar do líder é discordar de Deus. É pregado que devemos obedecer ao ancião, cooperador, pastor etc, mesmo que estes estejam errados. Um dos "bispos" de uma igreja diz que se jogaria na frente de um trem caso o "apóstolo" ordenasse, pois Deus faria um milagre para salvá-lo ou a hora dele tinha chegado. A hierarquia é em forma de pirâmide (às vezes citam o salmo 133 como base), e geralmente bastante rígida. Em muitos casos não é permitido chamar alguém com cargo importante pelo nome, (seria uma desonra) mas sim pelo cargo que ocupa, como por exemplo "pastor Fulano", "bispo X", "apostolo Y", etc. Alguns afirmam crer em "teocracia" e se inspiram nos líderes do Antigo Testamento. Dizem que democracia é do demônio, até no nome.

3. Isolacionismo: o grupo possui um sentimento de superioridade. Acredita que possui a melhor revelação de Deus, a melhor visão, a melhor estratégia. Eu percebi que a relação com outros denominações - quando há alguma relação - se da com o objetivo de divulgar a marca (nome da denominação), para levar avivamento para os outros ou para arranjar público para eventos. O relacionamento com outras denominações é desencorajado quando não proibido. Em alguns grupos, no louvor são tocadas apenas músicas da própria denominação.

4. Elitismo espiritual: é passada a idéia de que quanto maior o nível que uma pessoa se encontra na hierarquia da denominação, mais esta pessoa é espiritual, tem maior intimidade com Deus, conhece mais a Bíblia, e até que possui mais poder espiritual (unção). Isso leva à busca por cargos. Quem esta em maior nível pode mandar nos que estão abaixo. Em algumas igrejas o número de discípulos ou de células é indicativo de espiritualidade. Em algumas igrejas existem camisetas para diferenciar aqueles que são discípulos do pastor. Quanto maior o serviço demonstrado à denominação, ou quanto maior a bajulação, mais rápida é a subida na hierarquia.

5. Controle da vida: quando os líderes, especialmente em grupos com discipulado, se metem em áreas particulares da vida das pessoas. Controlam com quem podem namorar, se podem ou não ir para a praia, se devem ou não se mudar, roupas que podem vestir, etc. É controlada inclusive a presença nos cultos. Faltar em algum evento por motivos profissionais ou familiares é um pecado grave. Um pastor, discípulo direto do líder de uma denominação, chegou a oferecer atestados médicos falsos para que as pessoas pudessem participar de um evento, e meu amigo perdeu o emprego por discordar dessa imoralidade.

6. Rejeição de discordâncias: não existe espaço para o debate teológico. A interpretação seguida é a dos lideres. É praticamente a doutrina da infalibilidade papal. Qualquer critica é sinônimo de rebeldia, insubmissão, etc. Este é considerado um dos pecados mais graves. Outros pecados morais não recebem tal tratamento. Eu mesmo precisei ouvir xingamentos por mais de duas horas por discordar de posicionamentos políticos da denominação na qual congregava. Quem pensa diferente é convidado a se retirar. As denominações publicam as posições oficiais, que são consideradas, obviamente, as mais fiéis ao original. Os dogmas são sagrados.

7. Saída Traumática: quem se desliga de um grupo destes geralmente sofre com acusações de rebeldia, de falta de visão, egoismo, preguiça, comodismo, "pecador de morte" etc. Os que permanecem no grupo são instruídos a evitar influências dos rebeldes, que são desmoralizados. Os desligamentos são tratados como uma limpeza que Deus fez, para provar quem é fiel ao sistema. Não compreendem como alguém pode decidir se desligar de algo que consideram ser visão de Deus. Assim, se desligar de um grupo destes é equivalente a se rebelar contra o chamado de Deus. Muitas vezes relacionamentos são cortados e até famílias são prejudicadas apenas pelo fato de alguém não querer mais fazer parte do mesmo grupo ditatorial.


PS.: Qualquer semelhança, terá sido mera coincidência! 


Sobre o Autor: Ronald M. Enroth, é americano, sociólogo da religião, que escreveu um livro a respeito do abuso espiritual (Churches that abuse), após horas e mais horas de depoimentos de ex-membros de grupos religiosos do EUA.