sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A alma que pecar, essa morrerá - Parte I


Por Douglas Pereira da Silva

O título deste artigo, alude a mais um clichê "doutrinário" dentro da nossa denominação, usado oralmente por aqueles que defendem a fantasia do "pecado de morte" - refutado aqui - para pregar que o crente que peca - adultério e fornicação - morre espiritualmente de forma instantânea e perde a salvação eterna de sua alma.

Recentemente, este autor foi vitima de um "igrejólatra" nas redes sociais, sendo chamado de hipócrita e descrente, por desmascarar estas lendas tão presente - infelizmente - em nosso meio.

Afinal, quem nunca ouviu uma pregação (pregação?) - desculpe diletos irmãos e leitores deste humilde blog, mas eu particularmente chamo de "espetáculos deprimentes" - com o dizer desta frase, com tom condenatório, para justificar a ausência daquele irmão ou irmã, que não tem mais forças para congregar, devido a terrível vergonha do pecado cometido?

Pois bem, será isso mesmo que a Bíblia Sagrada, que é a infalível palavra de Deus ensina?

Vamos ao versículo Bíblico, que deu origem a este "revelamento":

"A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele". (Ezequiel 18:20)

De acordo com o ensinamento registrado no contexto de Ezequiel 18, sumarizado no versículo 20 - que necessita ser colocado no contexto do livro inteiro para poder ser aquilatado com justiça - seu principal propósito é vindicar a justiça de Deus.

Os contemporâneos do profeta Ezequiel alegavam que estavam sendo castigados por causa dos pecados da geração anterior. Ezequiel declarou que Deus não age dessa maneira, mas considera cada homem responsável por seus feitos e lhes retribui segundo este principio.

Havia um provérbio judaico muito popular naqueles dias, que ditava o seguinte: "os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos embotaram"  (Ezequiel 18.2).

Esta mentira, chegou até mesmo, entre os judeus exilados na Babilônia, conforme descreve o profeta Jeremias 31.29.

Com este provérbio, Israel dizia que Deus castigava os filhos pelos pecados dos pais, o que era uma grande mentira. 

Esclarecendo a situação, o profeta Ezequiel profetizou: "o pai não levará a iniquidade do filho, nem o filho a iniquidade do pai; a alma que pecar, esta morrerá"

Como sabemos que o salário do pecado é a morte, e que a Lei de Moisés condenava à morte física - muitas vezes por apedrejamento - fica claro de que tipo de morte Ezequiel está falando - trata-se de morte física.
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Lembrando também que a palavra "alma" na Bíblia, muitas vezes se refere a "pessoa" - como em Atos 2.41, por exemplo.

Isto significa que "o filho não morrerá pelos pecados do pai, nem o pai pelos pecados do filho; quem pecar é que morrerá”.

Portanto, Ezequiel 18 está falando da responsabilidade pessoal de cada um, pelas obras praticadas aqui nesta terra; nada tem haver com morrer espiritualmente, e perder a salvação da alma instantaneamente!

Caro leitor, se você esta lendo estas linhas e cometeu algum pecado - ou vários pecados - e não está morto fisicamente, e se encontra parado, sem forças para congregar, saiba que Cristo te ama. Como o filho pródigo fez (Lucas 15.11-32), faça você também; volte aos braços do Pai, ainda há esperança pra você!

Tudo o que você deve fazer é:

Abandonar a prática do pecado (Provérbios 28:13), e desviar-se do caminho mau (II Crônicas 7:14) confessando o seu pecado ao Senhor Eterno para obter o perdão (I João 1:9), pois ele é o único que possui autoridade na terra para perdoar pecados (Mateus 9:1-8, Marcos 2:1-12, Lucas 5:17-26).

No mais, o Senhor não vos trata consoante as suas iniquidades, Ele trata com misericórdia, pois sabe que somos pó (Salmos 103), pois o Senhor é Pai das misericórdias (II Coríntios 1:3), e esquece de toda a nossa transgressão (Miqueias 7.18-19).

Teologia é sabedoria humana?


Por Mateus de Souza


Explicando de uma vez por todas o que é sabedoria HUMANA.


É comum aqueles cristãos que não estudam as Escrituras afirmarem que o estudo das Escrituras é sabedoria humana, que se deve interpretar tudo "espiritualmente", que a sabedoria humana (que é estudar a Bíblia segundo eles) é loucura aos olhos de Deus e mais asneiras. Vamos lá.

O apóstolo Paulo viveu numa época em que a filosofia grega estava no auge. Sabemos que tal filosofia, na busca de entender e compreender o mundo e tudo o que nele existe, levou as pessoas para dois lados: paganismo ou ateísmo. Esta era a filosofia do momento, a sabedoria dos povos daquela época.

Foi nesse tempo que Paulo escreveu sua carta aos coríntios. É importante também lembrar que os "sábios" judeus (escribas e fariseus) rejeitaram o Senhor Jesus enquanto Ele esteve aqui na terra.

Portanto, temos duas sabedorias "humanas" na época de Paulo: os "sábios" judeus (escribas e fariseus) e a filosofia grega (que levou ao paganismo ou ateísmo).

Dentro disso, Paulo escreve:
"Porque a PALAVRA DA CRUZ é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, E aniquilarei a inteligência dos inteligentes.Onde está o sábio? Onde está o ESCRIBA? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria DESTE MUNDO?Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.Porque os judeus pedem sinal, e os GREGOS buscam sabedoria;Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e SABEDORIA DE DEUS" - 1 Coríntios 1:18-24


Ou seja, qual é a sabedoria de Deus, de acordo com isso que Paulo escreveu? A Sabedoria de Deus é a PALAVRA DA CRUZ, e os "sábios" deste mundo são os gregos, que buscavam a sabedoria naquela época. E Por que o mundo não conheceu a Deus? De acordo com esse texto, foi porque o mundo aceitou a sabedoria dos homens, que nada mais era do que a filosofia grega, que levou as pessoas ao paganismo ou ao ateísmo. Mas nós pregamos Cristo crucificado, que é a SABEDORIA DE DEUS.


Quanto ao crente conhecer todas as Escrituras e aceitar tudo o que ela diz, vemos o apóstolo Paulo dizendo:
"E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra." - 2 Timóteo 3:15-17

Conclusão: A sabedoria humana, que é loucura aos olhos de Deus, não é estudar a Bíblia, é a filosofia humana que levou as pessoas à crença nos deuses ou ao ateísmo, e a "sabedoria" dos escribas e fariseus, que rejeitaram Jesus. A Sabedoria de Deus não são "coisas reveladas", mas aquilo que já foi revelado: Cristo crucificado, a palavra da cruz, que é loucura para os "sábios" humanos.


Entenderam? Estudem as Escrituras! Para isso Deus lhe deu dois olhos, a capacidade de ler e interpretar.

DEVOCIONAL: “UM POUCO DE LUZ”



A CELEBRAÇÃO da Ceia do Senhor (I Co 11:17-34). Aqueles que usam apenas a Versão Corrigida de Almeida quando leem as palavras de Jesus “Isto é o meu corpo, isto é o meu sangue”, e interpretando fora do contexto, acabam praticando a idolatria romanista da transubstanciação quando afirma que “pão e vinho” se transformam literalmente no corpo e no sangue de Cristo. Quando Jesus disse estas palavras, Ele estava vivo e, portanto, não se transformou literalmente em seu corpo e sangue, mas estes elementos visam simbolizar o resgate: Fazei isto em memória (lembrança) de Mim.

Dentro desse contexto, “ISTO É” tem o mesmo sentido de “ISTO SIGNIFICA”, conforme muitas versões Bíblicas traduziram mais corretamente. É o mesmo caso quando Jesus diz: “Eu sou a Porta, o Caminho, a Videira”; evidentemente que Jesus não é literalmente, “porta, caminho e videira”, mas significa, simboliza.

Muitas igrejas fazem do dia da Ceia do Senhor uma tremenda opressão, deixando de ser comemoração da libertação. Citam o texto Bíblico que quem não participa da Santa Ceia não tem parte com o Senhor; mas quem toma indignamente toma para sua condenação; isto, fora do contexto histórico e doutrinário, deixa o crente sem saída, pois nenhum crente sincero se acha digno por si mesmo; é Jesus que nos torna dignos.

Depois, a indignidade de que fala Paulo não se refere a pecados, mas ao fato de NÃO DISCERNIR, entre a Ceia do Senhor e uma ceia comum, e foi o que fizeram os irmãos de Corinto. Celebravam junto uma festa de amor (Ágape) e além de não demonstrar nenhum amor para com os pobres, se embriagaram, e chegaram a celebração da Ceia como se fosse uma festa comum para se comer e beber; tomaram-na indignamente sem discernir.

Para o crente que cometeu algum pecado grave é a oportunidade que ele tem de reconhecer em Cristo Aquele que nos redime das culpas, e se for uma igreja Bíblica é a oportunidade dele se reconciliar e voltar à comunhão. 

Claro que pecados graves e que se tornaram públicos devem ter um tempo de disciplina para que aquele que pecou caia em si, e para que sirva de exemplo aos demais de que a congregação não compactua com tais pecados; mas Paulo ensinou que esta disciplina deve ser suspensa tão logo ele mostre arrependimento sincero (II Co 2:1-11). 

O mesmo erro se comete com as palavras: “tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo que desligardes na terra será desligado nos céus” (Mt 16:19); erradamente se aplica como se o ministro tivesse o poder de ligar e desligar quanto à salvação. O texto se refere as chaves do conhecimento dadas a Pedro, e usadas por ele para abrir a porta da graça; aos judeus no dia de pentecostes, e aos gentios na casa de Cornélio (At caps 2 e 10).

Pode se aplicar em relação ao crente individualmente no seguinte sentido: Quando o penitente se arrepende dos seus pecados, ele deve ser “ligado na terra” [à comunhão], pois já foi “ligado no céu” pela fé no sangue expiador; por outro lado, quando ele rejeita a Palavra da Escritura, não mostra arrependimento, deve ser “desligado na terra” [da comunhão] porque se acha desligado no céu. 

O pensamento exposto nesse texto é: “Seja o que for que proibires na terra tem de ser o que já é proibido no céu, e seja o que for que permitires na terra, tem de ser o que já é permitido no céu”.


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Afinal, o que é "pecado de morte"?


Por Douglas Pereira da Silva

Não foram poucas as almas banidas e esquecidas no meio do caminho em sua trajetória cristã, em função deste ensino tão satânico e herético dentro da denominação!
Almas que estão aflitas, sem esperança de salvação e sem alegria no coração para voltar a congregar.
Almas que são olhadas com desprezo pelos "irmãos" que se sentem mais santos, são condenadas injustamente - porque Cristo é o autor da justificação - antes mesmo do arrebatamento da Igreja, e do nosso comparecimento no tribunal de Cristo (II Corintios 5.10).

Tal ensino, transformou - e ainda transforma em algumas localidades, como na comunidade onde este autor congregou, por exemplo - o Evangelho da Graça em uma verdadeira desgraça; fruto de tópicos de ensinamento que se originaram nos "revelamentos" da assembléia de 1984, que nada tem haver, e, não encontra o menor respaldo Bíblico nas Escrituras Sagradas. A invencionice do "pecado de morte", prova enfaticamente que, nem tudo é "dirigido" pelo Espirito Santo, e pontua, por sua vez, a extrema urgência e necessidade de se criar um culto focado em estudos Bíblicos.

O tópico: 

02 – ERROS DE DOUTRINA: PREGAR QUE ADULTÉRIO NÃO É PECADO DE MORTE * (1984)
Quem pregou que adultério [e fornicação] não é pecado de morte* deve se retratar perante a irmandade e desfazer o que disse. (…)- Servo que pregou erros de doutrina deverá receber a correção dada pelos outros servos e desfazer seu erro perante a irmandade em outro culto.

Analisemos o verso de I João 5.16:

"Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore".

Bem, de acordo com o ensino Bíblico, "pecado DE morte" não existe! 
O que existe é pecado PARA morte! 

Observem a irregularidade que os incautos fizeram para criar esta heresia: tiraram a preposição PARA, e colocaram no lugar a preposição DE no versículo, para justificar o embuste: "aquele que cometeu pecado - entende-se aqui, o adultério e a fornicação - morreram espiritualmente e estão condenadas, só podendo, talvez, serem perdoadas e salvas, no último dia".

Pelas Escrituras que é nossa regra de fé e prática, e infalível palavra de Deus, concluímos que esta "doutrina" é anti Bíblica e herética.

O que não é pecado para morte?

a) Não é adultério: este autor conhece, pelo menos, cinco exemplos claros, confirmando que adultério não é pecado para morte.

1a) O rei Davi que, mesmo sendo o homem segundo o coração de Deus (I Samuel 13.14) cometeu adultério (II Samuel 11.1-5) seguido de homicídio para encobrir o seu pecado (II Samuel 11.14-25), mas se arrependeu com a exortação do profeta Natã (I Samuel 12.1-14) e confessou o seu terrível pecado (Salmos 51; I Samuel 12.13a), que mesmo merecendo a morte segundo as leis de Deus (Levítico 20.10) não morreu e foi perdoado por Deus (I Samuel 12.13b; Salmos 32).

2a) A mulher samaritana que teve cinco maridos, e o sexto homem com quem ela se relacionava nem era marido dela (João 4.16-18); Jesus transformou esta mulher em uma notável evangelista, missionária (João 8.39-42).

3a) A mulher pega em flagrante adultério (João 8.1-11).

4a) Alguns crentes da Igreja que estava em corinto haviam cometido pecados de natureza sexual, mas o apostolo não classifica como "pecado para morte", muito pelo contrário, sua expectativa e desejo consistia em que, aqueles crentes transgressores se arrependessem (II Coríntios 12.21).

5a) Os crentes da Igreja de Tiatira (Apocalipse 2.18-23). Havia uma mulher nesta igreja que se dizia profetisa, o seu nome era Jezabel. Ela seduzia os crentes para cometer prostituição. O Senhor ordenou que esta mulher se arrependesse, porém ela não queria arrepender-se. O resultado foi que o Senhor mandou-a para o leito de enfermidade, e que mandaria a todos os crentes para o leito, caso não se arrependessem da prostituição que haviam praticado com esta mulher (Apocalipse 2:18-23). O Senhor foi tão misericordioso, que Ele havia dado tempo necessário e suficiente para que ela se arrependesse (Apocalipse 2:21).

b) Não é fornicação: Um crente na Igreja de corinto havia fornicado com a mulher do seu pai - a própria madrasta -, o apostolo Paulo aplicou a disciplina cirúrgica neste transgressor, e entregou o corpo do tal ao diabo para a destruição de sua carne, a fim de que o espirito seja salvo (I Coríntios 5.1-5). Mais tarde, por causa do arrependimento deste transgressor, o apostolo readmite este irmão, devolvendo-lhe a liberdade na Igreja de corinto e solicitando que toda a Igreja o perdoe em amor (II Coríntios 2.5-9), para que satanás não tivesse vantagem sobre a Igreja (II Coríntios 2.11).

c) Não é a blasfêmia imperdoável contra o Espirito Santo: Tendo em vista no versículo analisado, que o praticante do pecado para morte é um irmão"Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte..." - portanto, um crente convertido, este não poderia de forma alguma cometer a blasfêmia imperdoável contra o Espirito Santo, conforme pontuou o teólogo Rafael Rabello no artigo: "A blasfêmia contra o Espirito Santo", aqui neste blog:

          "Quanto ao cristão pecar contra o Espírito Santo;

O texto de Mateus 12 fala que todo pecado contra o espírito será perdoado, mas não este. A tradução JFA é literal, mas não relacional ao resto do texto, é quase que linear, palavra por palavra. A tradução King James (eu li em inglês, portanto vou reproduzir traduzido) diz que “Toda forma de pecado contra o Espírito” seria perdoada, mas não esta. Ou seja, nós, Cristãos pecamos contra o Espirito Santo de Deus, mas de formas perdoáveis, mediante a Sua própria ação, ou seja, o Espirito nos mostra que pecamos contra Ele mesmo. Nos convence do pecado e nos leva ao arrependimento. É obra inteiramente dele . Mas o pecado imperdoável contra o Espírito é impossível ao Cristão porque este tem o Espirito Santo, ele opera sobre sua vida e não existe resistência do cristão, sendo assim não há o pecado imperdoável sobre sua vida. Sobre ele opera a Graça Divina".

O que é pecado para morte?

Este humilde blogueiro, acredita que a melhor interpretação de I João 5.16 se dá quando comparamos com a passagem de Ananias e Safira (Atos 5.1-11). O pecado para morte, se trata nada mais e nada menos, do que a "morte física".

Deus, na sua grande Soberania, têm o poder de dar a vida e também tira-lá. Houve um momento na história humana, que o Todo Poderoso reduziu o tempo de vida por causa do pecado (Gênesis 6.3). Portanto, o Senhor pode reduzir o nosso tempo de vida na terra, se assim decidirmos viver uma vida infrutífera e pecaminosa neste mundo!

Este tipo de pecado - ou pecados - coloca em risco não a sua salvação eterna, mas o seu servir na Terra, de modo que Deus o chama mais cedo para o lar celestial, através da morte física.

Este pecado (ou talvez pecados) pode variar entre cristãos:

a) Ananias e Safira cometeram este pecado (Atos 5.1-11);

b) Alguns dos crentes corintianos o cometeram (I Coríntios 11.30);

c) O homem em I Coríntios 5.1-5 estava prestes a cometê-lo;

d) Himeneu e Alexandre estavam prestes a cometê-lo (I Timóteo 1.20);

e) Alguns, a quem o livro de Hebreus foi endereçado, estavam prestes a cometê-lo (Hebreus 5.1-6.8).

Convém explanar concisamente de acordo com as Escrituras, o tema morte, uma vez que, até este ponto, estamos analisando o pecado para morte:

Existem três tipos de morte na Bíblia, porém, uma delas não tem solução e não é reservada para os cristãos. Vejamos:

a) Morte Física: Tem solução (João 11; Mateus 9.18-26; Lucas 8.40-56; Marcos 5.21-43; Lucas 7.11-17; II Reis 4.8-37; Atos 9.36-42 etc);

b) Morte Espiritual: Tem solução (Ezequiel 37, Lucas 15.22-24,30-32, Apocalipse 3.1-3 etc);

c) Segunda Morte ou Morte Eterna ou Morte Escatológica: Este tipo de Morte não está reservada para os cristãos. Ela não tem solução (Apocalipse 20.11-15; 21.8), pois trata-se da separação eterna da presença de Deus após o julgamento do grande Trono Branco. O crente não participara deste julgamento, pois esta reservada somente para os ímpios.

Concluindo:

A Bíblia Sagrada, que é a infalível Palavra de Deus - conforme confessamos no ponto de doutrina n° 1 da nossa confissão "Pontos de doutrina e da fé que uma vez foi dada aos santos", originalmente assinada pelo saudoso servo de Deus, Massimiliano Tossetto, o qual os incautos adulteraram indevidamente no decorrer do tempo, prestando um verdadeiro desserviço ao cristianismo Bíblico - não coaduna com a falacia heresia, desta lenda romanista: "pecado de morte".

A blasfêmia contra o Espirito Santo - Parte II


Por Edward T. Welch

Colocando todos os textos numa balança, a passagem que fala sobre o pecado imperdoável é a que consegue fazer-nos sentir mais culpa em toda a Bíblia.

Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir. (Mateus 12:32)
 
Isso é suficiente para chamar a atenção tanto do libertino quanto do escrupuloso. Eu imagino quantos de nós preferem pular esta passagem. Como no assassinato de Kennedy ou no 11 de Setembro, nós conseguimos lembrar do dia em que nós encontramos essa passagem problemática pela primeira vez. A maioria de nós pôde seguir em frente e focar em outras partes mais suaves para a consciência na Bíblia. Mas sempre fica aquela pergunta toda vez que encontramos Mateus 12 - “Este sou eu?”.
Para outros, esta passagem se tornou uma coisa pegajosa, talvez uma assombração. O “Este sou eu?” deixou de ser uma pergunta para virar uma confissão, “Este sou eu.” Se houver qualquer dúvida, a simples leitura da passagem pode trazer um pensamento fugaz que diz algo desagradável sobre o Espírito Santo. Lá está, se você não tinha cometido o pecado imperdoável antes, você acabou de fazer isso agora. Claro, você não quis dizer isso – ou será que quis? Parece até com o resultado comum de “Não pense em elefantes cor-de-rosa.” O elefante aparece magicamente. De qualquer forma, o pensamento blasfemo emergiu e você se sente condenado.
A lista daqueles que são assombrados por este medo é bem comprida.
O consolo oferecido por amigos bem-intencionados já é bem conhecido: se você pensa que cometeu o pecado imperdoável e se sente miserável a respeito disso, então você não cometeu. Já que você se sente mal a respeito disso, então você não é culpado desse pecado, portanto, não se preocupe. Apenas aqueles que não se importam é que são potencialmente culpados. Esta resposta realmente faz sentido no contexto maior da passagem. O problema é que ela funciona para aqueles que só ficam presos nesse texto temporariamente e provavelmente já seguiram em frente de qualquer forma. Para aqueles que estão profundamente atribulados, o conselho no mínimo precisa de mais substância.
Então o que fazemos com essa passagem? Aqui há alguns recursos.

O contexto imediato da passagem.

Os fariseus tinham acabado de testemunhar Jesus curando um homem possesso por um demônio que estava cego e mudo. Outros que testemunharam esta demonstração de poder tiveram uma resposta apropriada. “E toda a multidão se admirava e dizia: É este, porventura, o Filho de Davi?” (12:23). Os fariseus, no entanto, continuavam com o coração endurecido, “Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios.” Esta era a segunda vez que eles diziam algo assim (conforme Mateus 9:34). Sem dúvida, eles estavam comprometidos em seu desprezo por Jesus. O pecado imperdoável é claro: é blasfemar ou falar contra o Espírito Santo, e blasfêmia, nesta situação, significa atribuir o poder do Espírito Santo às obras de Satanás.
Então, se você quer fazer um primeiro passo na aplicação desta passagem, leia a história do milagre de Jesus. Você acredita que Jesus conseguiu realizar o milagre por causa de um alinhamento com o próprio Satanás? Não preste atenção em dúvidas passageiras. Os fariseus não tinham dúvida. Você verdadeiramente acredita, de coração, que Jesus fez este milagre com o poder de Satanás? Não, você não acredita nisso. Tal pessoa não estaria lendo nada a respeito do pecado imperdoável.
Isso é um início, mas ainda é uma passagem difícil de interpretar. Para podermos desenhar conclusões mais precisas desta passagem, eu vou juntar alguns princípios gerais que são ou óbvios nas Escrituras ou claros no próprio texto. Então, como faríamos com qualquer texto difícil, para conseguir mais ajuda eu vou considerar como o contexto maior, tanto no Evangelho de Mateus como na Bíblia em geral, dá suporte e refina estes princípios.
Primeiro, a passagem é a respeito dos líderes do povo. A Bíblia claramente coloca os líderes em um padrão diferente porque seus pecados têm consequências maiores. Moisés foi o primeiro exemplo de um líder levado a um padrão mais alto, e houve muitos exemplos depois dele (conforme Ezequiel 34 e Jeremias 23). Tiago escreve “Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo.”(3:1). Se você não é um líder oficial de uma igreja, esta passagem não é primariamente direcionada a você.
Segundo, a passagem é sobre líderes de coração endurecido que não são tocados pelo que Jesus disse e estão determinados a minar seu ministério. Se você tem uma consciência (e você tem) você pode facilmente encontrar episódios de coração endurecido na sua vida, o que faz com que você novamente pense que esta passagem está falando sobre você. Mas o endurecimento de coração dos fariseus é agressivo. Ele inclui resistir à obra do Espírito (Atos 7:51), falar blasfêmias contra o Senhor e influenciar outros a fazerem o mesmo. Você não tem uma estratégia intencional de derrubar a fé de outras pessoas. Seus pensamentos condenatórios, no máximo, são temporários. Eles ficam presos na sua mente quando você preferia que eles simplesmente passassem.
A passagem, então, não está mesmo falando de você. Tudo o que Jesus disse é verdade, é claro, mas há muitas passagens que são endereçadas a pessoas específicas nas Escrituras que não são palavras de Deus para você em particular. Mas essa passagem ainda pode nos prender. A pergunta recorrente é esta: é possível que alguns pecados não possam ser perdoados? Esta é, de fato, A pergunta preocupante. Para respondê-la, vamos precisar considerar o contexto maior.

O contexto geral do Evangelho de Mateus.

No Evangelho de Mateus, dois temas são relevantes para esta passagem: o conflito com os líderes judeus e o perdão de pecados.
Quando se trata dos líderes, Mateus não tem nada de bom para dizer. No início, João Batista confronta os líderes como “raça de víboras” (3:7). A briga de João não era com todas as pessoas. Ele focava nos líderes. Mais tarde, Jesus novamente faz uma distinção entre os líderes e o povo. O povo era caracterizado como ovelha perdida (9:36), mas os líderes – os fariseus e saduceus – eram os pastores enganosos, opressivos e egoístas. Ao longo de Mateus, as linhas da batalha vão sendo desenhadas, e os líderes continuam firmes em sua oposição a Jesus. Sem exceção, todas as menções dos líderes em Mateus são negativas. O Evangelho de Mateus chega a uma conclusão com sete “ais” de Jesus direcionados aos líderes (23), as parábolas de Jesus, que são acusações veladas aos líderes (25), e o estratagema dos líderes para encobrir qualquer evidência da ressurreição (28:11-15).
Dada esta ênfase de Mateus neste antagonismo, você fica com a impressão de que uma pessoa comum não ficaria sob a carga do pecado imperdoável. Esta impressão se encaixa no conteúdo do Evangelho. A carga é contra os líderes que estavam firmemente engajados em sua blasfêmia e oposição. Eles não estavam lutando contra pensamentos passageiros a respeito de elefantes cor-de-rosa. Ao contrário, sua blasfêmia vinha com um pacote que incluía um comprometimento de todo o coração a levar as pessoas para longe de Jesus. De todo o coração. E antagonistas ‘de todo o coração’ não se importam com o que Jesus diz.
O outro tema relevante em Mateus é o perdão dos pecados. “E lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.” (1:21). É assim que começa o Evangelho. Em vez de dizer a um paralítico que ele estava curado, Jesus escolheu dizer “Seus pecados estão perdoados” (9:2). Desta forma ele proclamou que tinha autoridade para perdoar pecados. Mateus fecha seu Evangelho de uma forma parecida com a que começou. Imediatamente antes do Getsêmani, Jesus revelou o significado mais profundo da Páscoa quando disse “isto é o meu sangue, o sangue da aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.” (26:28). Perdão de pecados é o coração do Evangelho de Mateus, como também é o coração das Escrituras. Não há nada de mesquinho na oferta de perdão que Jesus faz.
Quando você pede perdão, Deus perdoa. Isso é fundamental para o evangelho de Cristo. Então como está clara verdade ajuda neste texto?
Jesus disse que haveria perdão para palavras ditas contra ele. Então porque ele diria que não haveria perdão para os pecados contra o Espírito? Parece que há algo de singular acontecendo aqui. Jesus normalmente não leva os insultos e acusações blasfemas pessoalmente (Lucas 23:33, 1 Pedro 2:23-24). Ele resolveu viver na dependência de seu Pai e do poder do Espírito (Lucas 4:14). Quando ele tomou uma posição, foi em nome do Pai (João 2:14-17) e, neste caso, em nome do Espírito Santo. Jesus estava consciente de que seus milagres eram uma consequência do poder do Espírito trabalhando nele (Lucas 5:17). Então, para ele, os Fariseus eram, em última instância, contrários ao Espírito.
Jesus estava mesmo dizendo “Vocês podem mexer comigo, ao menos neste momento da história, mas não é pra brincar nem com o Pai nem com o Espírito”? Ele estava dizendo pelo menos isso. Ele estava falando de blasfêmia persistente em vez de um momento blasfemo? Sim. Ele estava dizendo que, uma vez que os líderes não tinham nenhuma inclinação para pedir perdão, eles não receberiam perdão algum? Sim.
O contexto maior da Bíblia como um todo confirma estas direções, e nós descobrimos, como esperávamos, que as palavras de Jesus expressam o já bastante conhecido ensino do Antigo Testamento.

O contexto do restante das Escrituras.

O precedente óbvio é o Faraó do Êxodo. Como os fariseus, ele viu sinais milagrosos do Senhor e se recusou a acreditar.

Disse o SENHOR a Moisés: Quando voltares ao Egito, vê que faças diante de Faraó todos os milagres que te hei posto na mão; mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo. (Êxodo 4:21)
Então, disseram os magos a Faraó: Isto é o dedo de Deus. Porém o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o SENHOR tinha dito. (Êxodo 8:19)
Endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o SENHOR. (Êxodo 14:4)

A interação entre o Faraó endurecendo seu coração e Deus endurecendo o coração de Faraó tem mantido os intérpretes ocupados, mas pelo menos podemos dizer que o processo foi uma decisão mútua. Faraó não estava queimando de desejo de ouvir ao Senhor. Em vez disso, ele estava comprometido com a glória do Egito e os propósitos de Deus não serviam para ele.
Agora Jesus, o “Moisés” maior e verdadeiro libertador, veio com sinais milagrosos, e a história se repete. A dureza do coração de Faraó antecipou os corações dos Fariseus. Ele não queria deixar o povo livre de seu cativeiro; os Fariseus não queriam libertar o povo para a liberdade que Jesus estava dando. O opressor foi primeiro o Egito, depois Roma, mas ambos estavam prefigurando o cativeiro do pecado e da morte. Apesar da oposição, Deus vai libertar seu povo, e a resistência dos líderes a esta liberação vai apenas dar mais glória ao resgate efetuado por Deus. Nenhum poder humano pode conter o livramento final alcançado por Jesus. Esta é a verdadeira mensagem contida na interação entre Jesus e os Fariseus: Deus endurece os líderes de coração endurecido e liberta o povo. O exemplo foi no Egito; com Jesus é a coisa em si. Quando você localizar a si mesmo na passagem, localize-se entre os que são libertos.
Isso transforma completamente aquela nossa interpretação condenatória de “Este sou eu?”. Com esta história maior em vista, quando líderes endurecem seus corações e se distanciam do perdão dos pecados, e quando eles tentam influenciar outros a fazerem o mesmo, algo está prestes a acontecer. Estes eventos acontecem logo antes da glória de Deus ser mostrada para o mundo. Libertação está a caminho. A oposição dos fariseus é um sinal de que Deus está prestes a agir de forma decisiva.
Estamos agora no lado mais distante desta libertação. Jesus foi para a cruz e ressuscitou dos mortos. Agora não há nada que possa te manter longe do perdão dos pecados. A Ceia do Senhor, que nos assegura perdão dos pecados e plena comunhão com o próprio Deus, substitui a refeição da Páscoa. Alegria, e não condenação, é a ordem do dia. Ainda assim, esta libertação acontece no meio da história e não no final. No final, não haverá mais pecado, mas por enquanto, depois que Jesus foi para a cruz mas antes do retorno dele para dar um fim à injustiça, ao pecado e à morte, nós estamos todos familiarizados com o pecado. Para ser mais preciso, à medida que crescemos no conhecimento de Deus, nós vemos em nossas vidas mais pecados do que em qualquer outro tempo. O pecado pode não ser aparente em nossas ações externas, mas o Espírito Santo nos ajuda a ver que todas as nossas boas obras são, de fato, contaminadas com segundas intenções. Esta percepção pode não ser agradável no começo, mas ela não existe para nos levar ao desespero. Ao contrário, somente pecadores podem conhecer a beleza do perdão. Somente pecadores podem amar assim (Lucas 7:47)
Conclusões.

Junte todo este material, e nós podemos tirar estas conclusões

a) Os líderes do povo estão claramente em vista. Mateus não tem nada de bom para dizer sobre os líderes. A linguagem severa de seu Evangelho é sempre direcionada contra os líderes, não contra o povo. As pessoas comuns nunca foram os destinatários de tais castigos. Por exemplo, Pedro, quando não era ainda um líder, negou Jesus, o que certamente foi uma forma de blasfêmia, mas ele foi completamente perdoado. Em contraste, os fariseus não apenas endureceram seus corações, mas também tentaram liderar as pessoas para longe de Jesus. Uma coisa é se afastar de Jesus. Outra coisa é afastar as pessoas dele.

b) O pecado imperdoável é “arrogante”. Ele não é o resultado de pensamentos intrusivos ou compulsivos que nós preferiríamos restringir ou apagar. Ele vem de um coração que despreza a Cristo tanto em palavras quanto em atos. Essa arrogância não é um pensamento passageiro. É um desafio firme e constante. Se você vacila na sua fé, mas não está ativamente levando as pessoas para longe de Cristo, esta passagem não está falando com você.

c) Os fariseus são um sinal. Eles são os faraós do Novo Testamento e simbolizam a oposição do mundo às obras de Deus. No caso do Faraó, a narrativa diz que sua dureza não foi somente “imposta” nele pelo Senhor. Faraó estava mais do que disposto a endurecer seu próprio coração; e Deus cooperou dando a Faraó o que ele quis.

d) Os fariseus são um aviso. É difícil identificar como se parece o pecado imperdoável hoje. Esta única interseção do ministério terreno de Jesus, milagres, e uma liderança judaica recalcitrante, torna uma aplicação pessoal desta passagem algo desafiador. Nós podemos aplicar a passagem a líderes da igreja que caíram em pecado, mas a maioria não leva outros intencionalmente ao mesmo pecado, e muitos se arrependem. Estes não se encaixariam no padrão do pecado imperdoável. O caso mais claro poderiam ser os teólogos e pregadores que negam a divindade de Jesus, seu sacrifício expiatório e ressurreição, e tentam influenciar outras pessoas a fazerem o mesmo. Uma aplicação é certeira. Os fariseus e outros líderes são sinais e avisos para nós. Receba o encorajamento do evangelho com frequência, e acredite na verdade das Escrituras.

e) Deus perdoa aqueles que vão até ele. Onde quer que haja alguém se voltando para Cristo em arrependimento, sempre há perdão. Não há nenhum caso nas Escrituras de alguém que sentiu a tristeza segundo Deus e se arrependeu, mas não foi perdoado. Nenhum. Nem sequer um.

f) Se você ainda luta com o medo de ter cometido o pecado imperdoável, deixe a sua igreja te ajudar. Se você fez uma profissão de fé pública, e se você continua contando com a aprovação da sua igreja, então leve o julgamento de sua igreja a sério. Deus trabalha por meio do seu povo. Se seus líderes conhecem você e não disciplinaram você, conforte-se sob a supervisão deles e acredite neles quando eles disserem que você não cometeu este pecado. Além disso, não se esqueça de tomar a Ceia do Senhor. A questão 81 do Catecismo de Heidelberg pergunta “Quem deve vir à mesa do Senhor? Aqueles que estão realmente descontentes consigo mesmo por causa de seus pecados.” Isso se aplica a você.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Sobre a disciplina na Igreja


Por Douglas Pereira da Silva

O homem mortal, em sua negligente atitude de religiosidade, impõe critérios e princípios para aplicar disciplina ao crente que pecou, que nada tem a ver com os ensinos Neotestamentários.

Pois há quem defenda, que a disciplina é uma forma de punição ao crente faltoso, dificultando ainda mais o entendimento da justificação pela fé (Romanos 3.21-26) em função da punição que Cristo já recebeu por todos os nossos pecados (Romanos 5.8-11). 


A disciplina tem, e deve ter, os únicos objetivos: de educar o crente faltoso para caminhar em retidão, e restaura-lo à comunhão da comunidade cristã; o corpo de Cristo.

O ministro deve corrigir, repreender e exortar com toda LONGANIMIDADE (II Timóteo 4.2), e com espirito de BRANDURA (Gálatas 6.1)

Há três graus de disciplina eclesiástica:


a) Disciplina Formativa: Ensino, pregação, exortação e admoestação;

b) Disciplina Corretiva: Conforme encontramos em Gálatas 6.1 e Mateus 18.15;

c) Disciplina Cirúrgica: Que é o ato de afastar o membro da comunhão, e encaminha-lo para ser recuperado.

Todavia, o ministro – para ser habilitado à aplicar a disciplina - deve essencialmente possuir em seu caráter, as três leis áureas que regem a vida dos discípulos de Cristo:

1°) A lei do Amor;

2°) A lei da confissão de faltas;

3°) A lei do perdão.

As denominações e seus ministros, cumprem com estes requisitos previstos na Escritura, quando é necessário aplicar a disciplina eclesiástica nos dias de hoje?

Como é difícil perdoar e ser perdoado


Por HP

Pedro perguntou ao Senhor quantas vezes deveria perdoar o seu irmão. Jesus respondeu “setenta vezes sete”.

Jesus então propôs uma parábola, sobre um servo que devia ao seu senhor dez mil talentos. Como o servo não tinha como pagar, foi proposto que o servo, sua família e tudo o que tinham fossem então vendidos para que a dívida fosse paga.

O servo se prostrou e rogou por clemência, alcançando piedade do seu Senhor que perdoou-lhe a dívida.

Este mesmo servo logo após sair perdoado da grande dívida, saiu e encontrou com um amigo que lhe devia 100 dinheiros. Imediatamente cobrou pesadamente a dívida deste amigo. O amigo por sua vez rogou por clemência, mas não foi atendido. O servo que teve a dívida perdoada de 10 mil talentos perdoada pelo seu senhor, não perdoou uma dívida de 100 dinheiros de seu amigo, acabando por o lançar na prisão.

O senhor que havia perdoado os 10 mil talentos ficou sabendo da história. Logo chamou ao servo que perdoara a dívida e disse-lhe: “Você deveria ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti!”. E indignado o entregou aos atormentadores até que pagasse tudo o que devia.

O Senhor terminou a parábola dizendo: “Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoares, cada um a seu irmão, as suas ofensas”.

Parte relatada em Mateus 18:21-35.

Por vezes não atentamos aos detalhes. Sabemos que houve uma dívida de 10.000 talentos perdoada e uma dívida de 100 dinheiros não perdoada.

Para efeito de comparação da dívida, na época de Cristo, as taxas anuais recolhidas na Galiléia e Peréia era de cerca de 200 talentos. Na Palestina inteira, a renda anual não passava de 1000 talentosJúlio César, imperador de Roma deu como dote no casamento da filha 100 talentos de ouroUm talento na época do Novo Testamento pesava 58.9 quilos.

Matematicamente falando, esse servo devia 10 mil talentos, ou 589 toneladas. Se fosse de ouro, na cotação de hoje (1g = R$ 103), a dívida seria de cerca de 60 bilhões de reais! Se fosse de prata, a dívida seria menor, mas mesmo assim impagável para um servo (1 bilhão de reais).

Já 100 dinheiros, seria uma dívida de 100 dias de trabalho por um trabalhador comum ou 32 gramas de ouro. Atualmente daria 3300 reais se fosse em ouro, ou 55 reais se fosse em prata!

No pedido de clemência, esse servo disse que pagaria tudo (cf verso 29). Isso seria tão impossível, que ele com salário de um servo (portanto um dinheiro), levaria cerca de 1.8 bilhões de dias para pagar a dívida em ouro, ou quase 5 Milhões de anos trabalhando sem parar!!!

Mesmo assim o seu senhor PERDOOU a dívida!

Tínhamos esta mesma dívida com Deus! Pelo sacrifício de Cristo recebemos o perdão dela. Uma dívida que seria impagável para nós, foi paga por Cristo na cruz!

Portanto perdoemos nossos irmãos e todos aqueles que nos aborrecem. Perdoemos de coração, não lembrando mais do que aconteceu. É terrível para o homem conseguir alcançar isso, mas precisamos perdoar.

Se não perdoarmos de coração e ficarmos lembrando das dívidas daqueles que nos cercam, faremos como este servo que não perdoou seu amigo uma dívida pequena. Cristo nos advertiu no final que temos que aprender como perdoar outros do íntimo, ou seremos banidos da face de Deus para sempre!

Como encontrei num blog:

“Quem perdoa não perde a memória, mas desiste do direito de acusar ou de reter a memória como raiva ou crédito...Por isto o perdão é um ato de fé e não de emoção.Somente pela fé que antes olha para o próprio perdão que se recebe de Deus todos os dias..., é que alguém pode praticar o perdão como decisão de graça e como privilégio...Se perdoar não se tornar um privilégio..., creia: ninguém perdoa.Somente quem diz de verdade “é meu privilégio perdoar”... é que de fato perdoa de modo perdoado mesmo...Mas enquanto perdoar é um fardo e uma obrigação, todo perdão será apenas sacrifício...”

Lembremos da oração nos ensinada pelo Senhor: "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores" (Mt 6:12).

Na paz que Cristo nos concedeu.


Extraído do blog do Irlandês

A blasfêmia contra o Espirito Santo


Por Douglas Pereira da Silva

Muitos cristãos sinceros, em dado momento de suas vidas, temeu ter cometido o pecado imperdoável contra o Espirito Santo, levando-o a desesperança de salvação, desenvolvendo em suas vidas um tormento psicológico sem fim - assim como aconteceu a este blogueiro quando tinha a idade de 12 anos.

Quantos cristãos pelo mundo, estão presos a este pensamento, pois satanás conseguiu incutir em suas mentes, convencendo-as que não há mais perdão por haverem cometido o pecado imperdoável? Quem sabe você, caro leitor, esteja vivendo agora numa cela fria desta triste masmorra psicológica, acreditando que Deus nunca mais perdoara seus pecados?

Algumas denominações cristãs ensinam, equivocadamente, que este pecado consiste em questionar sob a ótica de um senso critico, suas práticas, doutrinas e pregações. Outras, entendem que é criticar racionalmente aquele irmão que falava pelo Espirito Santo durante o culto, com linguagens e "profecias", colocando em xeque suas revelações e línguas estranhas - que são estranhas mesmo, no verdadeiro sentido da palavra [risos].
Outras por sua vez, ensinam a terrível heresia que o adultério e a fornicação, são os pecados imperdoáveis.

Mas a Bíblia Sagrada, que é nossa regra de fé e prática, e infalível palavra de Deus nos esclarece em que consiste este pecado imperdoável. Este tipo de blasfêmia esta mencionada nos evangelhos de Mateus 12.22-32, Marcos 3.20-30 e Lucas 11.14-23.

Pelos contextos destas passagens, logo concluímos que a advertência foi dirigida aos impios fariseus que testemunharam as obras de Cristo e, no entanto, atribuíram os milagres pela operação de belzebu, quando na verdade o Mestre operou pelo poder do Espírito Santo. 
Os milagres de Jesus, eram na verdade, provas irrefutáveis de sua messianidade, assim sendo, os escribas e doutores da lei – que eram os teólogos daquela época – jamais deveriam ter dúvidas quanto aos milagres. Embora a questão aqui, não era de dúvida, mas sim de rebeldia, desafio irreverente, dureza de coração e falta de temor!

Outra questão de extrema relevância nestas passagens, é a definição pela semântica da palavra BLASFÊMIA, pois se consultarmos o dicionário Aurélio, o significado será “falar mal” ou “falar contra”. Todavia, o Novo Testamento não foi escrito em língua portuguesa, foi escrito no idioma grego koine! Observe no contexto, que os escribas e fariseus não xingaram o Espírito Santo e, sequer, falaram mal, pois é crime gravíssimo de acordo com a Torah (Levíticos 24.16), e eles jamais fariam isso, pois eram os doutores da lei.

Por exemplo, de acordo com a Torah, Jesus deveria ser condenado à morte pela “blasfêmia” – que nem blasfêmia era, pois o Senhor Jesus nunca blasfemou -, simplesmente porque declarou ser o Filho de Deus! (João 10.31-33), isto é, fazer-se igual a Deus também era uma blasfêmia! (João 10.33).

A grande diferença, porém, encontra-se no evangelho de Marcos 3.28-30; é neste livro, que Jesus nos esclarece especificamente em que consiste cometer este pecado imperdoável:

28 Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. 29 Mas aquele que blasfemar contra o Espirito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno. 30 Isto, porque diziam: Está possesso de um espírito imundo.

Portanto, à luz do que foi dito acima no versículo 30, o pecado imperdoável não pode ser cometido hoje, em pleno século XXI  porque Jesus não está andando por aqui, com Seu corpo terreno, fazendo milagres.

Para cometer esse pecado, o Senhor Jesus deveria estar aqui na Terra – em carne e osso literalmente – realizando algum milagre na presença do blasfemador, para então, o individuo que esta testemunhando este momento dizer com todas as letras: “Ele fez isso porque está possesso; fez pelo poder do espírito de belzebu”.

Caro leitor, se você esta passando por dias tenebrosos com o temor e crença de ter cometido este pecado, saiba, satanás estava lhe enganando este tempo todo, para afasta-lo da presença de Deus, fazendo-o acreditar nesta mentira, mantendo-o nesta prisão espiritual.

O simples fato de você ter a preocupação no coração quanto a isso, é sinal claro e evidente que você nunca pecou contra o Espirito Santo, e nem jamais pecara, pois Cristo não está entre nós; Ele subiu aos céus e está assentado à destra de Deus (Marcos 16.19).

Você blasfemara sim, contra as forças do mal e hoste da maldade!

Viva o amor de Deus. Jesus nunca desistiu de você; Ele te ama e tem visto e ouvido suas orações, o seu clamor

Alegre o teu coração!